Alta prevista e retorno à prisão: Bolsonaro deixa hospital nesta quinta
Ex-presidente apresenta melhora clínica e deve retornar à custódia em Brasília
A equipe médica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou nesta quarta-feira (31), em Brasília, que a previsão de alta hospitalar está mantida para esta quinta-feira (1º). A atualização foi feita em coletiva de imprensa pelos médicos Claudio Birolini e Brasil Caiado, responsáveis pelo acompanhamento clínico do ex-chefe do Executivo.
Segundo os especialistas, Bolsonaro apresentou evolução positiva do quadro de saúde, com redução significativa das crises de soluços desde a noite de terça-feira (30) e pressão arterial estabilizada ao longo desta quarta. Os médicos ressaltaram que os medicamentos administrados têm demonstrado eficácia, embora o caso ainda exija monitoramento contínuo para avaliação completa da resposta ao tratamento.
A liberação hospitalar dependerá de uma avaliação final prevista para a manhã de quinta-feira, quando a equipe deve retornar ao hospital entre 7h e 8h. Caso o quadro clínico se mantenha estável, a Superintendência da Polícia Federal (PF) será oficialmente comunicada para organizar a remoção do ex-presidente ao local onde cumpre pena.
Bolsonaro está detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde continuará recebendo acompanhamento médico após a alta. A definição do horário da transferência caberá exclusivamente à Polícia Federal, não à unidade hospitalar.
Durante a coletiva, os médicos também esclareceram que houve um novo pico de pressão arterial após o procedimento cirúrgico realizado na terça-feira (30), quando foi feita uma intervenção para tentar interromper os episódios persistentes de soluços. Apesar disso, o ex-presidente apresentou estabilização clínica ao longo da noite.
Bolsonaro foi submetido a dois procedimentos de anestesia em nervos da região abdominal, incluindo um reforço da técnica, com o objetivo de reduzir a frequência das crises. A equipe médica trabalha com a hipótese de que os soluços estejam relacionados a comandos do sistema nervoso central, o que permite a ampliação do tratamento com medicamentos e terapias complementares, como fonoaudiologia, fisioterapia e hipnose.
De acordo com os profissionais de saúde, o bloqueio do nervo frênico, utilizado como tentativa de controle das crises, ainda não produziu todos os resultados esperados, motivo pelo qual o tratamento seguirá de forma medicamentosa, com acompanhamento contínuo mesmo durante o período de encarceramento.
Além disso, o ex-presidente passou a utilizar um aparelho de pressão positiva contínua (CPAP) para tratar um quadro de apneia do sono severa, o que tem permitido melhor qualidade de descanso. Após a alta, o uso do equipamento e o acompanhamento médico serão mantidos.
Um boletim médico divulgado após a coletiva confirmou oficialmente a previsão de alta para o dia 1º de janeiro de 2026, indicando que, caso não haja intercorrências, Bolsonaro deverá deixar o hospital na manhã desta quinta-feira.