Chuvas devem continuar irregulares até março, em plena colheita da safra
As previsões para o clima nas próximas semanas surgem ligeiramente mais otimistas, o que tende a propiciar alguma melhoria nos níveis de umidade dos solos, mas não a ponto de reverter os impactos causados por meses de instabilidade, baixa precipitação e temperaturas seguidamente superiores às médias históricas. Os Estados das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e […]
As previsões para o clima nas próximas semanas surgem ligeiramente mais otimistas, o que tende a propiciar alguma melhoria nos níveis de umidade dos solos, mas não a ponto de reverter os impactos causados por meses de instabilidade, baixa precipitação e temperaturas seguidamente superiores às médias históricas. Os Estados das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste anotaram um volume de chuva inferior à média ao longo de novembro, como registra a consultoria do ItaúBBA para o agronegócio, causando incertezas em relação às perspectivas de colheita especialmente da soja e do milho de primeira safra, com possíveis consequências sobre a segunda safra de milho. A expectativa de chuvas irregulares tende a se alongar até o final do verão, em março do próximo ano, já em plena colheita da safra.
Se a onda de calor em novembro deixou as temperaturas acima da média ao longo de 12 dias em sequência, com termômetros anotando máximas acima de 40°C principalmente em áreas de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, observa a consultoria do ItaúBBA, nos primeiros 25 dias de dezembro as chuvas voltaram a ficar abaixo do normal para o período na maior parte do País. “Somente em partes da região Sul choveu acima do normal”, registra o Radar Agro produzido neste mês pela consultoria. “Essa condição de irregularidade seguiu prejudicando o plantio e o desenvolvimento das lavouras de verão pelo País. O calor excessivo também impõe dificuldade para o pleno desenvolvimento das lavouras, resultando em antecipação do ciclo da soja”, reforçam os consultores do banco.
A despeito do comportamento incerto nos últimos meses, com as condições climáticas sofrendo diretamente os efeitos combinados do El Niño e da tendência global de elevação das temperaturas médias, “os modelos meteorológicos continuam prevendo o avanço das chuvas para o Centro-Norte do Brasil nos próximos dias”, de acordo com a consultoria. Aqueles modelos sugerem uma tendência de chuvas mais intensas ao longo da primeira semana de janeiro, “avançando para o Matopiba” (região formada por parte do Maranhão e de Tocantins, sul do Piauí e oeste da Bahia). As temperaturas, no entanto, não devem mostrar arrefecimento, já que o El Niño “deve apresentar seu pico de intensidade durante o verão no Brasil”.
Alívio, mas nem tanto
Os mapas de previsão da Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA) antecipam volumes de precipitação “mais significativos” para Minas Gerais e Goiás na semana inicial de 2024, com as chuvas podendo acumular volumes equivalentes a 100 milímetros em porções daqueles Estados até dia 1º de janeiro – salvo predisposição em contrário do clima instável que tem assolado o Centro-Oeste desde o início do plantio. “Na primeira semana de 2024, o modelo norte-americano prevê acumulados ultrapassando os 100 mm em toda a região do Matopiba”, prossegue o relatório da consultoria. A se confirmarem, as chuvas esperadas tendem a elevar a umidade do solo naquela região, favorecendo “a finalização do plantio e o desenvolvimento das lavouras”. As projeções para o resto do período podem, no entanto, continuar a produzir incertezas.
Balanço