Mesmo em desaceleração, economia tende a superar projeções do mercado
A atividade econômica encerrou 2023 em desaceleração, mas com resultados superiores às projeções antecipadas ainda no começo do ano passado pelo setor financeiro, seus consultores e analistas, que igualmente indicavam uma inflação superior àquela devidamente observada ao longo do período. A dinâmica da economia no ano passado, influenciada fortemente pela safra histórica colhida pelo País, […]
A atividade econômica encerrou 2023 em desaceleração, mas com resultados superiores às projeções antecipadas ainda no começo do ano passado pelo setor financeiro, seus consultores e analistas, que igualmente indicavam uma inflação superior àquela devidamente observada ao longo do período. A dinâmica da economia no ano passado, influenciada fortemente pela safra histórica colhida pelo País, sugere que o “erro de cálculo” poderia estar associado a uma avaliação equivocada sobre o desempenho da produção agrícola, de seu impacto sobre o Produto Interno Bruto (PIB) e sobre as taxas de inflação, que migraram para níveis mais baixos em decorrência principalmente do bom comportamento dos preços dos alimentos, que haviam anotado salto de 11,64% em 2022, respondendo por 41,6% da taxa de 5,79% acumulada naquele ano, e passaram a subir apenas 1,03% no ano passado, reduzindo para menos de 5,0% a sua influência na formação do índice geral, que recuou para 4,62%.
Segundo o relatório Focus, do Banco Central (BC), ao final da primeira semana do ano passado, as apostas do mercado financeiro convergiam na direção de uma taxa de inflação ao redor de 5,36% para o exercício em curso e rumo a um crescimento medíocre de 0,78% para a economia brasileira, depois de um avanço de 3,0% registrado em 2022. A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já divulgado, conforme anotado acima, ficou em 4,62%, abaixo das projeções iniciais, e o PIB, ao que antecipam as estimativas mais recentes, tende a apresentar variação mais próxima de 3,0% (ou em torno de 2,92% na precisão colhida pelo Focus). O resultado oficial, pelo menos em versão inicial, será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 1º de março.
No campo das expectativas
Liberados ontem para divulgação, os números do Monitor do PIB, elaborado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), antecipam uma variação de apenas 0,1% no quarto trimestre frente ao terceiro, numa comparação que exclui fatores sazonais, e alta de 2,3% em relação ao trimestre final de 2022, com elevação acumulada em todo o ano ao redor de 3,0%. O trabalho sugere um pouco menos de vigor do que aquele antecipado pelo BC em seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que trabalha com crescimento de 0,22% na passagem do terceiro para o quarto trimestre, elevação de 1,80% diante do trimestre final de 2022, mas adianta crescimento de 2,45% nos 12 meses do ano passado, abaixo até mesmo das expectativas do mercado financeiro.
Balanço