Indústria goiana derrapa depois de avançar 8 meses e bater seu recorde
A produção da indústria goiana vinha crescendo desde maio do ano passado, na comparação com o mês imediatamente anterior, atingindo seu maior nível na série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em dezembro. Mas derrapou em janeiro depois de oito meses de resultados positivos, numa redução de 3,3% frente ao último mês […]
A produção da indústria goiana vinha crescendo desde maio do ano passado, na comparação com o mês imediatamente anterior, atingindo seu maior nível na série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em dezembro. Mas derrapou em janeiro depois de oito meses de resultados positivos, numa redução de 3,3% frente ao último mês de 2023, no quarto pior resultado mensal entre os 15 locais pesquisados pelo instituto, considerando o dado dessazonalizado – ou seja, depois de descontados aqueles fatores que ocorrem sempre nos mesmos períodos a cada ano e que poderiam distorcer a comparação.
Numa espécie de “compensação”, o setor experimentou alta de 10,2% em relação a janeiro do ano passado, com alguma desaceleração entre relação aos avanços de 13,6%, 17,0% e 19,3% observados, respectivamente, em outubro, novembro e dezembro do ano passado, igualmente na comparação com idênticos meses de 2022. Nesse tipo de comparação, o setor industrial goiano registrou em janeiro nove meses de crescimento contínuo, o que permitiu elevar o avanço acumulado em 12 meses de 5,9% até dezembro passado para 6,4% até janeiro. Para comparar, na média de todo o País, a indústria pouco se moveu nos 12 meses terminados em janeiro, anotando variação de 0,4%.
A maior contribuição para o crescimento entre janeiro do ano passado e o primeiro mês deste ano veio do principal ramo industrial do Estado, aquele com maior participação no valor agregado do setor – a indústria de fabricação de produtos alimentícios. A produção nesta área experimentou alta de 17,5% no período e contribuiu com 8,28 pontos percentuais no aumento de 10,2% registrado pelo conjunto da indústria goiana. Vale dizer, o setor de alimentos sozinho respondeu por quase 81,2% de toda a variação interanual capturada pela pesquisa mensal da produção industrial do IBGE.
Alimentação
De acordo com o instituto, o aumento da produção concentrou-se principalmente nos setores de processamento de carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas, maionese, carnes e miudezas de aves congeladas, frescas ou refrigeradas, tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja, óleo de soja refinado e em bruto e queijos. A segunda maior contribuição veio do setor enquadrado pelo IBGE nas categorias de “coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis”, mas com participação mais relevante das usinas de etanol e biodiesel, incluindo com matérias-primas, neste último segmento, óleo de soja, gordura bovina, óleo de dendê e outras gorduras, com envolvimento, ao menos em tese, da agricultura familiar. A produção no setor saltou nada menos do que 126,6% diante de janeiro do ano passado, o que correspondeu a uma contribuição de 1,92 pontos para o crescimento geral de toda a indústria. Em outra conta, os biocombustíveis e produtos derivados do petróleo participaram com 18,8% do avanço da indústria em seu conjunto. Apenas esses dois segmentos – alimentos e biocombustíveis – foram responsáveis por todo o crescimento da produção industrial.
Balanço