Produção industrial recua pelo terceiro mês consecutivo em Goiás
O ano parece ainda não ter se iniciado para parte da indústria goiana, que chegou a março contabilizando o terceiro mês consecutivo de redução em sua produção, nos registros “dessazonalizados” do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou seja, já desconsiderados os fatores que ocorrem sempre nos mesmos períodos a cada ano e que […]
O ano parece ainda não ter se iniciado para parte da indústria goiana, que chegou a março contabilizando o terceiro mês consecutivo de redução em sua produção, nos registros “dessazonalizados” do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou seja, já desconsiderados os fatores que ocorrem sempre nos mesmos períodos a cada ano e que poderiam distorcer a comparação mês a mês, gerando uma percepção equivocada sobre as tendências em cena naquele momento. Segundo os dados apurados pela pesquisa mensal realizada pelo instituto, a produção industrial em Goiás sofreu baixas de 2,1% em janeiro e fevereiro, na comparação com os meses imediatamente anteriores, com recuo de 1,4% em março, acumulando redução de 5,40% desde dezembro do ano passado, quando o setor havia alcançado seu melhor desempenho em toda a série histórica do IBGE.
A estatística mensal foi atualizada pelo instituto, que havia apontado quedas de 3,9% e de 2,4% nos dois primeiros meses deste ano, na comparação, respetivamente, com dezembro e janeiro últimos. Numa visão menos negativa, o ajuste sugere que a tendência de baixa teria menos severa do que aquela inicialmente desenhada pelo acompanhamento do instituto. Como já registrado aqui, as séries estatísticas do IBGE não contemplam dados igualmente dessazonalizados para os diversos setores da indústria regional, o que impede uma visão mais detalhada da evolução do setor mês a mês.
Pode-se supor que o desempenho negativo tenha recebido influências negativas dos principais setores, incluindo a indústria extrativa e possivelmente, com uma margem grande de dúvida aqui, também nos setores que mais pesam na composição do valor agregado do setor, a exemplo de produtos alimentícios. A indústria de biocombustíveis, como sugerem os números coletados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), aparentemente teria contribuído de forma negativa em janeiro e fevereiro, quando a produção registrada pela agência anotou quedas de 39,63% e de 4,84% em relação aos dois meses imediatamente anteriores. Mas apresentou alta de 6,18% na passagem de fevereiro para março, na soma da produção realizada pelas usinas de etanol e biodiesel.
Onze meses de alta
De toda forma, o desempenho mês a mês sugere uma tendência de perda de fôlego do setor e mesmo a comparação com igual período de 2023 indica alguma desaceleração no ritmo de alta da produção realizada pelo agregado de todo o setor industrial goiano, embora mostre que setor continua transitando por território positivo, com 11 meses seguidos de crescimento. A perda de intensidade torna-se mais evidente quando considerados os números mais recentes, que mostram saltos de 19,5% em dezembro de 2023 (na comparação com o último mês de 2022), de 12,8% em janeiro e de 13,0% em fevereiro. O dado de março apontou elevação de 7,0%, fazendo o resultado acumulado no ano limitar-se a uma variação de 10,9% em relação aos primeiros três meses do ano passado. Claro, a “limitação” mencionada refere-se às taxas observadas nos trimestres anteriores. Como exemplo, no trimestre final de 2023, a produção realizada pela indústria goiana cresceu a uma taxa anual de 16,8%.
Balanço