Investimentos em bioeletricidade devem saltar cinco vezes neste ano
A indústria de geração de energia a partir de biomassa deverá injetar no setor em torno de R$ 7,0 bilhões em novos investimentos ao longo deste ano. A ser confirmada a previsão, que toma como base os custos de capex (investimento fixo) estimados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ainda em 2021, os aportes em […]
A indústria de geração de energia a partir de biomassa deverá injetar no setor em torno de R$ 7,0 bilhões em novos investimentos ao longo deste ano. A ser confirmada a previsão, que toma como base os custos de capex (investimento fixo) estimados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ainda em 2021, os aportes em capacidade nova de geração deverão crescer praticamente cinco vezes em relação ao ano passado, quando a mesma fórmula permitiu calcular um investimento em torno de R$ 1,34 bilhão.
As previsões podem, no entanto, estar subestimadas já que os custos do investimento fixo subiram de lá para cá e faltam dados mais atualizados, aponta Zilmar José de Souza, gerente de bioeletricidade da União da Indústria de Cana de Açúcar e Bioenergia (Unica). Além disso, as previsões de ganho de capacidade feitas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) podem ainda sofrer alterações. Mantido o cenário antecipado pela agência, no entanto, a fonte biomassa deverá agregar ao sistema uma capacidade adicional de 1.155 megawatts até o final deste ano, diante de apenas 223 MW em 2023, com instalação de 10 novas unidades geradoras, representando um avanço modesto de 1,3% frente a 2022.
Nas palavras de Souza, será o maior acréscimo de capacidade desde 2013, quando a biomassa havia adicionado 1.431 MW à potência total instalada no sistema elétrico, correspondentes a 24,3% do crescimento observado pelo setor de geração como um todo naquele ano. Neste ano, a indústria da biomassa tende a elevar sua capacidade para 18.540 MW, diante de 17.385 MW em 2023, numa alta de 6,64%. Está prevista a instalação de 24 usinas geradoras até o final deste ano, das quais pelo menos uma já havia entrado em operação em fevereiro, adicionado pouco mais de 31,0 MW ao sistema. As 23 unidades restantes, observa Souza, “apresentam viabilidade alta para entrada em operação comercial neste ano”.
CPMC e Inpasa
No acompanhamento da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), segundo seu presidente executivo, Newton Duarte, a conclusão das ampliações respectivamente da antiga unidade da Aracruz em Guaíba, no Rio Grande do Sul, atualmente sob controle da CMPC Celulose Riograndense, e da unidade da Inpasa Agroindustrial em Dourados, no Mato Grosso do Sul, permitiu colocar no sistema 57,63 MW de potência nova, sendo 31,45 MW pela CMPC e 26,18 MW pela Inpasa. No primeiro caso, a energia será gerada a partir do licor negro, resíduo do processamento da celulose, num projeto que demandou investimentos totais de R$ 2,75 bilhões desde 2021, elevando em 18,0% a capacidade de produção de celulose da planta da CMPC. Em Dourados, o projeto de expansão recebeu investimentos totais próximos a R$ 2,0 bilhões, incluindo a cogeração.
Balanço