Massa de rendimentos volta a crescer no mesmo ritmo de 2023
No trimestre finalizado em abril deste ano, a massa de rendimentos reais dos trabalhadores e o número de pessoas ocupadas em toda a economia voltaram a registrar crescimento ligeiramente mais acelerado, retomando o ritmo que havia sido observado em igual período do ano passado e alcançando os níveis mais elevados desde o início da Pesquisa […]
No trimestre finalizado em abril deste ano, a massa de rendimentos reais dos trabalhadores e o número de pessoas ocupadas em toda a economia voltaram a registrar crescimento ligeiramente mais acelerado, retomando o ritmo que havia sido observado em igual período do ano passado e alcançando os níveis mais elevados desde o início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), em 2012. Ao que sugerem as estatísticas apuradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela pesquisa, o mercado de trabalho parece registrar, neste começo de ano, uma mudança na tendência que havia prevalecido nos trimestres anteriores, quando o ritmo de crescimento do emprego e da massa real de rendimentos chegou a perder intensidade na comparação com período idêntico do ano anterior, o que parecia antecipar alguma acomodação mais à frente.
O número de pessoas de 14 anos ou mais de idade com algum tipo ocupação atingiu perto de 100,804 milhões no trimestre iniciado em fevereiro e encerrado em abril deste ano, melhor marca desde que a PNADC começou a ser apurada no formato atual. Na verdade, houve variação apenas marginal, em torno de 0,2% na comparação com os três meses imediatamente anteriores, quando a pesquisa havia registrado 100,593 milhões de ocupados. Foram criados, nessa comparação, em torno de 211,0 mil empregos, quase integralmente ocupados por trabalhadores formais – certamente um dado positivo, apesar do avanço apenas modesto no período.
Olhando para um horizonte mais alongado no tempo, o número de ocupados avançou em torno de 2,8% diante das 98,031 milhões de colocações ocupadas no mesmo trimestre de 2023, correspondendo à geração de 2,773 milhões de cargos. O incremento foi o mais relevante desde o trimestre encerrado em abril do ano passado, quando o mercado havia contratado 2,888 milhões de trabalhadores a mais do que em igual trimestre de 2022, num aumento de 3,0%.
Renda adicional
A soma de todos os rendimentos habitualmente recebidos pelos trabalhadores, a valores de abril deste ano, cresceu 1,1% na saída do trimestre entre novembro de 2023 e janeiro deste ano para os três meses finalizados em abril último, saindo de R$ 309,841 bilhões para R$ 313,137 bilhões e agregando mais R$ 3,296 bilhões à renda das famílias de trabalhadores. Embora o emprego tenha praticamente “andado de lado” nesse intervalo, no jargão dos analistas econômicos, o rendimento médio real variou 0,8% e ajudou a injetar maior ânimo na massa salarial. A comparação com o trimestre terminado em abril do ano passado, no entanto, mostra que a massa de rendimentos veio turbinada pela alta de 2,8% no emprego e pelo ganho real de 4,7% anotado pelo rendimento médio. Como resultado, a massa salarial cresceu 7,9% em um ano, saindo de R$ 290,091 bilhões no trimestre fevereiro a abril de 2023. O ganho real, neste caso, somou R$ 23,046 bilhões. Na média, a massa registrou ganhos de praticamente R$ 1,920 bilhão por mês desde lá – um desempenho favorecido ainda pela desaceleração da taxa de inflação ao longo dos últimos meses.
Balanço