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sábado, 23 de novembro de 2024
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Indústria titubeia, mas avança. Com reação também para bens de capital

A produção industrial registra um comportamento titubeante nos primeiros meses deste ano, mas vai configurando uma tendência de recuperação especialmente em relação aos resultados pouco expressivos observados no ano passado, quando a indústria literalmente não saiu do lugar depois de recuar 0,7% em 2022. Numa perspectiva mais otimista, a reação tem de ampliado para um […]

A produção industrial registra um comportamento titubeante nos primeiros meses deste ano, mas vai configurando uma tendência de recuperação especialmente em relação aos resultados pouco expressivos observados no ano passado, quando a indústria literalmente não saiu do lugar depois de recuar 0,7% em 2022. Numa perspectiva mais otimista, a reação tem de ampliado para um número maior de setores e veio acompanhada de uma aparente retomada dos investimentos no setor, conforme sugerem os dados mais recentes sobre a produção de bens de capital.

A produção havia recuado 1,2% em janeiro, sobrevindo certa “estabilização” no mês seguinte, com variação de 0,1% (o dado original, agora revisado, havia apontado recuo de 0,3%). Em março, a indústria avançou 0,9% e, na estatística mais recente, referente a abril, anotou baixa de 0,5% – sempre na comparação com o mês imediatamente anterior. Neste caso, no entanto, o nível da atividade no setor industrial foi afetado negativamente pela indústria extrativa, que apresentou baixa de 3,4% na saída de março para abril em função da menor extração de minério de ferro e petróleo, ao mesmo tempo em que a indústria de transformação avançou 0,3%. 

“A análise da composição deste resultado mostra um quadro mais favorável do que à primeira vista. Com isso, não parece haver uma interrupção dos progressos obtidos no primeiro trimestre de 2024, do ponto de vista tanto da produção como do valor adicionado, como mostraram os dados do PIB divulgados ontem para a indústria de transformação: mais 0,7% com ajuste sazonal”, constata o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) ao avaliar os números trazidos pela mais recente edição da pesquisa mensal da produção industrial publicada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Altas e baixas

De fato, prossegue o Iedi, 18 entre 25 ramos da indústria – ou 72% deles – anotaram crescimento em relação a março e apenas sete reduziram seu ritmo. Além das indústrias extrativas, as perdas mais severas foram registadas por fabricantes de produtos têxteis e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com quedas de 2,8% e 2,6% respectivamente. No outro prato da balança, destacaram-se as indústrias de produtos diversos, veículos e gráficas, com altas, na mesma ordem, de 25,1%, 13,2% e 12,4%. A indústria de produtos alimentícios contribuiu igualmente para esfriar o ânimo geral do setor, recuando 0,6% (o que se compara com o avanço de 1,1% observado em março, também na comparação com o mês imediatamente anterior). Na comparação com abril do ano passado, a indústria como um todo experimentou salto de 8,4% depois de cair 2,8% em março, com baixa de 1,6% para o setor extrativo e alta de 10,3% para a indústria de transformação, mais do que se recompondo em relação ao tombo de 3,6% em março. Detalhe: abril do ano passado registrou 18 dias úteis, em função dos feriados da semana santa, diante de 22 dias neste ano, o que ajudou a impulsionar a produção.

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