Prefeitura de Goiânia duplica saldo primário e investe 185,4% a mais
Diante de uma lista crescente de obras inacabadas, um cenário de desorganização administrativa, refletido nas mudanças frequentes em secretarias estratégicas para a gestão municipal, e complicações adicionais provocadas por investigações e processos outros, o relatório resumido da execução orçamentária da capital mostra números positivos no decorrer do primeiro quadrimestre deste ano. Os dados mostram, entre […]
Diante de uma lista crescente de obras inacabadas, um cenário de desorganização administrativa, refletido nas mudanças frequentes em secretarias estratégicas para a gestão municipal, e complicações adicionais provocadas por investigações e processos outros, o relatório resumido da execução orçamentária da capital mostra números positivos no decorrer do primeiro quadrimestre deste ano. Os dados mostram, entre outros indicadores, que a prefeitura de Goiânia decidiu acelerar vigorosamente os investimentos num ano de eleições, o que não chegou de fato a afetar o resultado primário, quer dizer, a diferença entre receitas e despesas, excluídos juros e amortizações recebidos ou pagos pelo setor público municipal.
Nos primeiros quatro meses deste ano, a prefeitura investiu em torno de R$ 146,423 milhões, incluindo o investimento efetivamente pago, acrescido de restos a pagar processados e não processados e também pagos nesta mesma área ao longo do quadrimestre. Em idêntico período de 2023, o investimento público municipal havia se acomodado em menos de R$ 51,305 milhões. Na ponta do lápis, a gestão municipal destinou aos investimentos em torno de R$ 95,118 milhões a mais, correspondendo a um salto de 185,40%.
A despeito do avanço considerável observado na rubrica de investimentos, o resultado primário apresentou crescimento igualmente expressivo, num reflexo do incremento mais acelerado das receitas em relação ao ritmo de avanço imposto pela gestão municipal na ponta das despesas, que de fato experimentou alta de dois dígitos na comparação com 2023. Para deixar mais claro, o comportamento dessa e de outras rubricas ao longo dos primeiros meses deste ano não levou a desequilíbrios orçamentários, ao menos pelo lado das contas primárias, e, portanto, não colocou sob risco a gestão fiscal.
Superávit em alta
O superávit primário saltou de R$ 73,039 milhões no acumulado entre janeiro e abril do ano passado para R$ 150,126 milhões, quer dizer, o saldo mais do que dobrou, crescendo 105,57% nessa comparação, num incremento de R$ 77,087 milhões. O resultado acumulado nos quatro meses iniciais deste ano correspondeu a 38,4% da meta estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), fixada em R$ 390,886 milhões. As despesas entre os dois períodos analisados aumentaram em R$ 423,769 milhões, passando de R$ 2,429 bilhões para quase R$ 2,853 bilhões, numa variação nominal de 17,45%. As receitas primárias totais, de toda forma, apresentaram um ritmo mais acentuado, variando 20,02% entre o primeiro quadrimestre de 2023 e idêntico período deste ano. O ganho de receita chegou a R$ 500,856 milhões, quer dizer, precisamente R$ 77,087 milhões acima do incremento observado pelas despesas, o que explica a melhoria no resultado primário.
Balanço