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domingo, 24 de novembro de 2024

Déficit comercial em setores de maior tecnologia supera US$ 27,1 bilhões

Os números positivos apresentados pela balança comercial brasileira, a diferença entre exportações e importações, vieram principalmente de setores de baixo nível tecnológico, na classificação da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo levantamento realizado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Concentrados na indústria de transformação, aqueles segmentos que conseguem […]

Os números positivos apresentados pela balança comercial brasileira, a diferença entre exportações e importações, vieram principalmente de setores de baixo nível tecnológico, na classificação da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo levantamento realizado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Concentrados na indústria de transformação, aqueles segmentos que conseguem incorporar maior conteúdo tecnológico aos bens que fabricam, ao contrário, registraram um crescimento em seu déficit comercial com o restante do mundo no primeiro trimestre deste ano, o segundo mais elevado para o período na série trabalhada pelo instituto.

Na comparação com os três primeiros meses do ano passado, os setores de média-alta e alta tecnologia, que incluem fabricantes de aviões, produtos farmacêuticos e eletrônicos, softwares, máquinas, equipamentos, veículos, instrumentos e produtos químicos, entre outros, haviam registrado um déficit de US$ 26,106 bilhões, caindo 7,05% em relação ao rombo de US$ 28,087 bilhões observado no trimestre inicial de 2022 – o mais elevado da série histórica recente. No começo deste ano, o déficit voltou a crescer, avançando 3,87% e atingindo perto de US$ 27,116 bilhões.

O incremento foi resultado da queda nas exportações daqueles setores, ao mesmo tempo em que as importações de bens de maior conteúdo tecnológico mantiveram-se literalmente estagnadas na comparação entre aqueles dois períodos. As vendas externas nesta área baixaram de US$ 11,587 bilhões no trimestre inicial do ano passado para US$ 10,490 bilhões no mesmo intervalo deste ano, em queda de 9,47%. As perdas vieram mais do segmento de média-alta intensidade tecnologia, com perda de 18,27% nas exportações de veículos, que encolheram de US$ 3,437 bilhões para US$ 2,809 bilhões, refletindo em grande medida a crise instalada na economia argentina, e redução de 7,42% nas vendas externas de produtos químicos (excluídos os medicamentos). Neste último setor, as exportações saíram de US$ 3,045 bilhões para US$ 2,819 bilhões.

Bens importados

Na ponta das importações, a indústria química exerceu igualmente influência relevante, já que as compras de bens importados pelo setor caíram 15,68%, saindo de US$ 11,712 bilhões para US$ 9,876 bilhões. Entre as importações de bens de alta tecnologia, o maior incremento veio da indústria de aeronaves, que ampliou suas compras em 19,51%, saindo de US$ 2,086 bilhões para US$ 2,493 bilhões. Se a indústria farmacêutica reduziu importações em 4,45%, de US$ 3,573 bilhões para US$ 3,414 bilhões, o complexo eletrônico ampliou ligeiramente suas importações, passando de US$ 6,444 bilhões para US$ 6,521 bilhões, numa variação de apenas 1,19% no período avaliado. 

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