Indústria de alimentos investe, mas química enfrenta ociosidade recorde
Dois setores relevantes da indústria enfrentam momentos conjunturalmente opostos, com retração preocupante de um lado e perdas geradas pelo avanço das importações, especialmente da China, e novos investimentos de outro, com planos de renovação e expansão do parque instalado. A indústria como um todo continua derrapando mês a mês, com a produção alternando altas e […]
Dois setores relevantes da indústria enfrentam momentos conjunturalmente opostos, com retração preocupante de um lado e perdas geradas pelo avanço das importações, especialmente da China, e novos investimentos de outro, com planos de renovação e expansão do parque instalado. A indústria como um todo continua derrapando mês a mês, com a produção alternando altas e baixas, mas acumulando um avanço de 2,5% nos cinco primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Mas, nos dados mensais dessazonalizados, a atividade industrial sofreu perdas em abril e maio, dado mais recente divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e recuou 1,75% entre março e maio deste ano.
As expectativas consolidadas pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) indicam que o setor pretende realizar investimentos próximos de R$ 120,0 bilhões a contar de 2023, quando já havia investido R$ 36,0 bilhões, até 2026. Da estimativa total, perto de R$ 75,0 bilhões deverão ser destinados para a ampliação e modernização das plantas industriais em operação no País, além da instalação de novas unidades. O restante, em torno de R$ 45,0 bilhões, deverá ser investido em pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos, com o objetivo de atualizar o parque instalado e preparar o lançamento de novos produtos nos segmentos de bebidas e alimentos.
Projetos
Entre outros projetos, a Abia destaca o investimento de R$ 15,0 bilhões anunciado pelo grupo JBS para a expansão de sua capacidade de abate e de produção de proteína animal, “especialmente em Mato Grosso”. A Nestlé espera investir R$ 7,0 bilhões para ampliação de fábricas e também na produção de café na região de Araras, no interior de São Paulo, acrescenta a associação. O grupo BRF, controlado pela Marfrig Global Foods, que detém pouco mais de 50% das ações, aplicou R$ 5,6 bilhões também para expandir sua operação brasileira. A multinacional Coca-Cola reservou R$ 4,0 bilhões para ampliação e modernização fábricas, enquanto a concorrente Pepsico está investindo R$ 1,2 bilhão na ampliação de sua capacidade de produção. No setor agrícola, a Coamo Agroindustrial
Cooperativa pretende investir R$ 3,5 bilhões na expansão de seus armazéns e também para o processamento de grãos. Já a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA) programa R$ 3,5 bilhões para ampliar a moagem de cana e a produção de açúcar em Minas Gerais.