Mulher que teve dengue faz apelo para que pessoas evitem foco do mosquito no quintal
Alerta da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) mostra que 75% dos criadouros estão dentro das residências
O último alerta da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) mostra que 75% dos criadouros estão dentro das residências, como os quintais onde têm resíduos com água parada, por exemplo.
Em contrapartida existe uma percentagem de pessoas que fazem questão de cuidar bem das suas casas para evitarem possíveis criadouros do mosquito Aedes Aegypti. É o caso da aposentada Erisvalda Santos Cruvinel, de 62 anos, que todos os dias tira um tempo para limpar o quintal e cuidar do jardim que tem na frente de casa.
Lírios, cactos e samambaias, dentre outras espécies, fazem parte das plantas cultivadas por Erisvalda, que as trata como se fossem da família. “Todos os dias eu converso com elas e pergunto se estão bem”, comenta a mulher ao apresentar cada uma delas à equipe de reportagem do jornal O Hoje.
Enquanto apresenta as plantações e fala da importância de evitar o mosquito, Erisvalda lembra de novembro do ano passado, quando teve dengue pela primeira vez. Foram dias difíceis no Cais Nova Era de Aparecida de Goiânia, onde ficou em observação e tomou soro por alguns dias. “Eu me senti muito mal. Achei que fosse morrer”, lembra.
Fraqueza, dores de cabeça, dor atrás dos olhos e enjoos foram alguns dos sintomas que a aposentada sentiu durante os dias que passou com a doença. Era difícil até mesmo ficar de pé ao lado do fogão enquanto cozinhava. “Parecia que eu estava tão pesada e só tinha vontade de ficar deitada”, conta. Ao todo, foram 15 dias nesta situação, segundo a mulher.
De acordo com a SES, os principais sintomas da dengue, normalmente são febre alta, que pode chegar acima de 38°C e dura geralmente entre 2 a 7 dias. A febre geralmente é acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas e coceira na pele.
Em quadros mais graves da doença, o paciente pode sentir dores abdominais intensas, vômito constante, sangramentos, alterações neurológicas e no humor. Para evitar a evolução da doença, a SES orienta que a pessoa procure um médico especialista na área para que esses sinais sejam avaliados.
Além disso, a pasta salienta que a hidratação contribui para o alívio dos sintomas e a recuperação do paciente. Durante a infecção pelo vírus da dengue, a febre e os sintomas associados podem levar à desidratação, aumentando o risco de complicações.
Assim, manter-se hidratado é um papel crucial no tratamento da dengue, uma vez que ajuda a compensar a perda de líquidos devido à febre e aos possíveis vômitos, além de auxiliar na estabilização da pressão arterial e na prevenção de complicações mais graves, como o choque.
Como os sintomas da dengue em parte se assemelham aos sintomas da Covid, a princípio, Nininha, como é conhecida pelos familiares e vizinhança, achou que estava com o corona vírus e temeu pela própria vida. “ Eu falei será meu Deus que eu tenho aquela doença? Eu morro de medo da Covid”, brinca.
Mas afinal de contas, Erisvalda estava mesmo era com dengue, provavelmente o mosquito veio do quintal de outro vizinho que faz parte dos 75% dos criadouros de mosquitos encontrados nas residências, já que com a aposentada o inseto não tem vez. De acordo com a SES é possível que o mosquito voe em um raio de até 100 metros de distância, sendo capaz de deixar uma residência para colocar os ovos em outro local, caso ali não encontre um recipiente com água parada.
Ao se deparar com as notícias nos jornais sobre o aumento de casos da doença, a idosa se preocupa com a própria saúde e condição, uma vez que já sofre com problemas de pressão arterial. “Quando somos jovens, não nos preocupamos com nada, mas quando a idade chega, começamos a temer certas coisas”, afirma.
Na tentativa de promover a conscientização da população sobre a dengue e Covid-19, principalmente o público mais jovem, a mulher faz um apelo. “Eu digo para as pessoas que se cuidem e fiquem longe dos mais velhos para evitar contaminações”, diz sobre a necessidade de proteger os grupos prioritários da Covid.
Sobre a dengue, a aposentada reitera que as pessoas cuidem das plantas, não deixe água acumulada nos quintais e salienta que ter plantas em casa não é desculpa para deixar água parada e promover os criadouros do mosquito.