Como um documentário pode despertar a Educação Ambiental
Longa de 80 minutos propõem cenas contemplativas de oito parques estaduais para despertar um novo apreço ao verde goiano
O que fazer quando o amor da natureza esbanja mais que a força necessária para se conter? Essa é a encruzilhada em que muitos artistas se encontram uma hora ou outra, preferindo meios linguísticos e artísticos para transmitir as mensagens. O jornalista Sinesio Oliveira, por exemplo, prefere o conforto das palavras em poesia alinhado com a fotografia para imergir o leitor em um mundo natural. Já o cineasta goiano Diogo Garcia preferiu esbanjar nas longas cenas contemplativas de seu documentário sobre a beleza dos parques estaduais.
O documentário Um Parque Para Viver da produtora goianiense Galápagos Filmes tem exatamente este objetivo, capturar e transmitir a beleza e a história dos parques estaduais goianos, a fim de despertar um novo sentido de preservação no telespectadores. Um curta que tem como objetivo despertar a Educação Ambiental, em outras palavras. É em parte apoiado financeiramente pelo projeto do Governo de Goiás incentivo à Cultura Programa Goyazes, da Secretaria da Cultura (Secult) em parceria com a Secretaria da Educação (Seduc).
Contudo, Diogo Garcia também tem outra meta para o sua obra, a de criar um apego ao meio ambiente e, a partir dele, um novo senso de preservação e educação ambiental. Para isso, foram selecionados oito parques estaduais que serão visitados, filmados e narrados com entrevistas de especialistas nesta área. Naquele dia específico em uma trilha sem nome no Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, Diogo reuniu a equipe com Sinésio Oliveira para registrar a beleza escondida da metrópole goiana.
A partir disso, Diogo planeja criar cenas longas e estáticas com a narração de fundo que inspiram o telespectador para a descoberta do meio ambiente goiano. “A proposta da filmagem fotográfica será de momentos contemplativos de um minuto, um minuto e meio só da natureza com as entrevistas e os depoimentos das pessoas que eu estou colhendo”, relata Diogo a equipe de redação. Junto a isso, será um coletânea do escopo da natureza goiana e do pode oferecer ao desbravador, se quiser.
Este longa de 80 minutos, um hino à beleza goiana, por se assim dizer, estará disponível ao acesso público como consta todos os programas sob o Projeto Goyazes que possui cunho social. Ele diz ainda que quando estiver pronta, prevista para o fim de outubro, será transmitida em cinemas selecionados para o público. Além disso, fará parte da coleção de mais de 50 escolas públicas do ensino estadual e estará à disposição nos acervos públicos federais.
Enquanto Diogo dizia isso à equipe, Sinésio esbanjava o seu conhecimento e a sua fascinação pelo Parque Altamiro às câmaras operadas pelo cinegrafista Agamenon Mariz. Para o jornalista, o assunto do meio ambiente e da educação ambiental vai além das discussões de possibilidade, diz como deve ser algo ativo e fundamental no processo educacional do ser humano para a preservação de ambos. “Ame a natureza como a ti mesmo, porque quando você fala em biodiversidade você discute do ar que respiramos, da água que bebemos. Nós erroneamente nos distanciamos do convívio com a natureza”, afirma o poeta.
A cegueira botânica, como diz, faz parte deste distanciamento entre o ser humano com o seu planeta que mais inflige dano a ela. É a incapacidade de entender uma árvore como um ser vivo, que respira e que se alimenta de forma muito diferente de outras espécies. “Muitas pessoas não são capazes de ter a mesma empatia com as árvores. E isso a está matando porque muitas pessoas têm a capacidade de furar e jogar veneno dentro da árvore e ela vai agonizando até morrer”. (Especial para O Hoje)