Vini Jr será capitão do Brasil diante da Espanha visando luta além das quatro linhas
Jogador é atualmente o principal nome do esporte na luta antirracista
O Brasil entra em campo nesta terça-feira (26), onde encara a Espanha, às 17h30, no Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid. O local do duelo é a atual casa do atacante Vini Jr, que defende o Real Madrid e vem travando no país uma batalha muito além das quatro linhas. Alvo de diversos ataques racistas desde que começou a atuar no país, Vini Jr é hoje um símbolo de luta pela igualdade racial.
Vini Jr será capitão do Brasil contra a Espanha
Foto: Rafael Ribeiro / CBF
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu que Vini Jr será capitão do Brasil na partida contra a Espanha. A escolha se deu pela entidade entender que o jogador é o protagonista desse jogo, principalmente pela luta na causa antirracista. No último jogo, diante da Inglaterra, o experiente lateral-direito Danilo foi quem usou a braçadeira de capitão.
Essa será a primeira vez que Vini Jr exercerá o posto de capitão da Seleção. Todo material promocional que envolve a partida tem Vini como protagonista. Foi ele quem concedeu entrevista coletiva na última segunda-feira (25) e foi o modelo do lançamento do novo agasalho preto que a Seleção utilizará no pré-jogo. Na coletiva, Vini chegou a se emocionar falando sobre o momento difícil que atravessa fora de campo com os ataques racistas.
“É cada vez mais triste. Cada vez eu tenho menos vontade de jogar. Acredito que seja muito triste tudo que eu venho passando a cada jogo, a cada dia, a cada denúncia vai aumentando. É muito triste, não só eu, mas todos os negros que sofrem no dia a dia. O racismo verbal é minoria perto de tudo que os negros passam no mundo”, desabafou Vini.
“Meu pai sempre teve dificuldade por ser negro. Entre ele e um branco, sempre vão escolher um branco. Tenho lutado bastante por tudo que tem acontecido comigo. É desgastante por estar meio sozinho. Já fiz tantas denúncias e ninguém é punido, nenhum clube é punido. A cada dia, luto por todos que passam por isso. Se fosse só por mim e pela família, não sei se continuaria. Mas fui escolhido para defender uma causa bem importante e que eu estudo a cada dia para que no futuro meu irmão de cinco anos não passe pelo que estou passando”, completou.