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sábado, 23 de novembro de 2024
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Saúde

Goiás registrou quase 14 mil casos de câncer em 2023

Na Capital, a incidência de câncer é de cerca de oito mil casos por ano, de acordo com o oncologista e responsável pelo Registro de Câncer de Goiânia, José Carlos de Oliveira

Postado em 29 de março de 2024 por Ronilma Pinheiro
Quando divididos por sexo e diagnóstico detalhado

Goiás registrou 13.778 casos de câncer em 2023, de acordo com o Painel Oncologia Brasil que a reportagem do jornal O Hoje teve acesso por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Quando divididos por sexo e diagnóstico detalhado, os números mostram que o câncer de pele soma 1368 casos; a neoplasia maligna da mama soma 1118 diagnósticos e o cãncer de próstata teve um total de 924.

Na capital do Estado a incidência de câncer é de cerca de oito mil por ano, segundo informou o oncologista do Setor de Cabeça e Pescoço do Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ) e responsável pelo Registro de Câncer de Goiânia, José Carlos de Oliveira.  O oncologista destaca que atualmente o câncer é uma das principais preocupações para a saúde em todo o mundo, uma vez que esta, é a segunda causa de mortes no país e no resto do mundo.

Oliveira relaciona a incidência da doença, não só no Estado, mas no mundo inteiro, ao envelhecimento da população. “A população está tendo uma qualidade de vida melhor e está envelhecendo mais. Ao envelhecer, a tendência de ter um câncer é maior”, explica o especialista.

O câncer está relacionado tanto a fatores genéticos, quanto aos hábitos de vida, segundo o médico. “Nós temos uma porcentagem baixa de câncer que são hereditários, mas a maioria depende do fator de risco,  ambiental, profissional e vários outros ligados ao modo de vida”, detalha. 

Dessa forma, é importante evitar os fatores de risco para a anomalia maligna, segundo alerta o especialista. Além disso, a prevenção é essencial para evitar quadros mais graves do câncer. Como na maioria das doenças, o diagnóstico precoce da neoplasia é fundamental para garantir melhores resultados nos tratamentos e garantia da sobrevivência do paciente.

Em Goiás, cerca de 60 a 70% dos casos são descobertos já na fase avançada da doença, o que dificulta o tratamento e piora a situação do paciente, de acordo com o oncologista. Assim, Oliveira chama atenção para a prevenção a partir dos hábitos de vida e exames de rotina principalmente no caso daqueles que têm histórico da doença na família.

“As pessoas que identificam o câncer genético, devem fazer um acionamento de toda a família e essa família vai fazer um controle para identificar de forma precoce qualquer tipo da doença”, orienta o médico.

Uma pesquisa feita em Goiás, mostra que o consumo de peixe é extremamente baixo no Estado, o que gera preocupação para os especialistas, já que o alimento é um dos aliados na prevenção do câncer, assim como o consumo de fibras e outras substâncias consideradas saudáveis e que podem prevenir contra a doença.

A intenção é fazer com que a enfermidade seja identificada ainda no início e chegue a pelo menos 90% dos casos descobertos na fase inicial para que os pacientes tenham mais chances de cura. O oncologista destaca que a maior parte das pessoas com câncer recebem tratamentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), que é bom, por sinal, mas nos casos avançados, a situação torna-se mais complexa, e muitas vezes o paciente precisa recorrer à iniciativa privada.

Com o intuito de disseminar a informação a respeito das diversas doenças e alertar sobre a importância do diagnóstico precoce, foram criadas campanhas onde as cores dos meses são destacadas para representar as doenças, como o Outubro Rosa em alusão ao câncer de Mama e Novembro Azul que trata do câncer de próstata.

Oliveira chama atenção para as outras formas de prevenção como é o caso da vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV) disponibilizada para garotos e garotas.  O HPV é o principal causador do câncer de colo do útero em mulheres, mas pode acometer os homens também.

O médico salienta que os tipos de câncer mais agressivos são os de esôfafo como o tumor de boca, orofaringe, e hipofaringe e o câncer de estômago que é um dos mais frequentes. “Esses cânceres precisam ter um diagnóstico e tratamento rápido para que esses pacientes possam ter uma chance de sobreviver”, alerta.

Dados do Inca

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), para cada  ano do triênio 2023-2025, são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil. Os dados mostram ainda que as regiões Sul e Sudeste devem se destacar no alto índice de casos, uma vez que já concentram cerca de 70% da incidência.

A Estimativa, que é a principal ferramenta de planejamento e gestão na área oncológica no Brasil, estima a ocorrência de 21 tipos de câncer mais incidentes no País, dois a mais do que na publicação anterior, com a inclusão dos de pâncreas e de fígado. 

O câncer de fígado aparece entre os 10 mais incidentes na região Norte, estando relacionado a infecções hepáticas e doenças hepáticas crônicas. O câncer de pâncreas está entre os 10 mais incidentes na região Sul, sendo seus principais fatores de risco a obesidade e o tabagismo.

O tumor de pele não melanoma segue como o câncer mais incidente no Brasil, com um percentual de 31,3% do total de casos, em seguida vem o tumor maligno de mama feminina, com uma representatividade de 10,5%, próstata com 10,2%, cólon e reto somando 6,5%, pulmão 4,6% e estômago  com uma representação de 3,1%.

Os dados mostram que o câncer de próstata é mais predominante no público masculino em todas as regiões, totalizando 72 mil casos novos estimados a cada ano do próximo triênio, atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

No caso das regiões de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), os tumores malignos de cólon e reto ocupam a segunda ou a terceira posição. Já nas regiões que apresentam o menor IDH, o câncer de estômago é o segundo ou o terceiro mais frequente entre a população masculina.

O câncer de mama é o mais incidente em mulheres, com exceção do  tumor de pele não melanoma, com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025. Em relação às regiões mais desenvolvidas, em seguida vem o câncer colorretal, enquanto nos locais com menor IDH, o câncer do colo do útero ocupa essa posição.

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