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sábado, 23 de novembro de 2024
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Dengue

5° estado com mais mortes por dengue, Goiás tem 103 suspeitas 

Ao todo nove estados aparecem no painel de óbitos e letalidade de dengue de 2024 do Ministério da Saúde

Postado em 3 de abril de 2024 por Ronilma Pinheiro
Goiás já registrou 82 mortes e outros 103 óbitos estão sob investigação

Goiás ocupa a 5° posição no ranking de estados com o maior número de mortes no Brasil. Ao todo nove estados aparecem no painel de óbitos e letalidade de dengue de 2024 do Ministério da Saúde.

Em primeiro lugar está o Distrito Federal (DF) com 187 mortes, em segunda posição aparece São Paulo com 158 mortes e em terceiro lugar está Minas Gerais  148 óbitos. Outros estados completam a lista, como o Paraná com 97 mortes, Goiás com 84 mortes, Rio de Janeiro (76), Rio Grande do Sul (47), Santa Catarina (46), Bahia (32).

Quando divididos por incidência de casos da doença, o DF continua no topo da lista, com uma incidência de 6.751,4 e 190.192 casos prováveis de dengue; Minas Gerais também continua em segundo lugar, com uma incidência de 4.052,2 e 832.393 casos prováveis;  o Espírito Santo ocupa a terceira posição com 2358,8 de incidência e 90.424 casos notificados. Em seguida vem Paraná, Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Acre, Bahia e Rio Grande do Sul.

Em todo o país, foram registrados 923 mortes por dengue e há mais de 2 milhões de casos prováveis da doença, de acordo com os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde.

Dados de Goiás

Goiás já registrou 82 mortes por dengue somente nos primeiros quatro meses de 2024, de acordo com os dados disponíveis no painel de controle das arboviroses da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Outros 103 óbitos estão sob investigação do Comitê Estadual de Investigação de óbito suspeito por arboviroses da SES.

Ao todo foram confirmados 75.844 casos da doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, que também é responsável pela transmissão da Zika e Chikungunya.  Além disso, 164.378 casos de dengue foram notificados no Estado este ano.

No ano passado, o número de casos confirmados foi de 69.732  e 124.263 notificações pela doença. O número de óbitos por dengue de 2023 foi de 55. Os dados das treze primeiras semanas do ano de 2023, mostram que o Estado registrou apenas 44.541 casos notificados.

Quando comparados com os números do mesmo período de 2024, quando o número já ultrapassa os 160 mil casos notificados, é observada uma diferença de mais de 100 mil notificações entre os dois anos.

Outra preocupação da saúde, é com a incidência de casos do sorotipo 2 da dengue, que representa 41,7% do total de casos e se apresenta como o mais letal principalmente para os adolescentes de 10 a 14 anos. A incidência do sorotipo 1 é de 57,3%. Desde que teve início a epidemia de dengue, 145 municípios já decretaram situação de emergência para arboviroses. Com o intuito de combater a doença no Estado, foram instalados 209 gabinetes de crise nos municípios goianos.

Anápolis segue na liderança dos municípios goianos com o maior número de mortes em decorrência da dengue com  14 óbitos, em segundo lugar está Luziânia com 9 mortes, em seguida vem Valparaíso de Goiás e Aurilândia, ambos com 5 óbitos. Águas Lindas, Uruaçu e Cristalina, todos têm 4 mortes por dengue.

Sinais de Alerta

Desde o início da epidemia de dengue no Estado, que a Saúde chama atenção da população para os cuidados com a doença e principalmente, ficar atenta aos sinais de alerta que indicam se a doença pode evoluir para um quadro mais grave de saúde.

A Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis, por exemplo, divulgou que as principais causas das mortes por dengue no município, que já contabiliza 14 óbitos e possui outros 15 sob investigação, é que a população em sua grande maioria, tem negligenciado os tratamentos médicos, deixando de buscar atendimento nas unidades de saúde  da cidade.

Flúvia Amorim, Superintendente de Vigilância em Saúde da SES, afirma que a dengue possui características distintas de outras doenças. Enquanto na maioria das enfermidades, a cura se dá após a febre baixar e os sintomas desaparecerem,  após passar a febre e os sintomas desaparecerem, no caso da dengue, quando isso acontece, é possível que o quadro de saúde do paciente piore, muitas vezes, levando-o à morte.

Por isso, a atenção precisa ser redobrada a partir do momento em que os sintomas desaparecem. É exatamente nesta fase da doença, em que os chamados sinais de alerta podem surgir. De acordo com a superintendente, no geral, esses sinais são: vômito, dor abdominal, tontura ao sentar e levantar, e diminuição da urina.  Assim, ao surgirem esses sinais, o paciente deve procurar uma unidade de saúde com urgência, mesmo que já tenha recebido alta hospitalar, é o que orienta Flúvia.

“Se você apresentar qualquer um desses sinais você não pode ficar em casa, mas precisa procurar imediatamente uma unidade de saúde porque pode ocorrer uma evolução do qaudro”, reitera.

Prevenção

A prevenção contra a dengue continua sendo o combate ao vetor. As ações são simples e envolvem não deixar água para em qualquer recipiente. Assim, é preciso eliminar copinhos plásticos, tampas de refrigerante e sacos abertos que possam acumular água, tampar os ralos. Piscinas que não estiverem em uso podem ser cobertas para evitar a proliferação dos mosquitos.

Mas apesar de ser uma tarefa simples, esta é a principal preocupação da saúde do Estado, uma vez que cerca de 80% dos focos da dengue se encontram dentro das residências e a população, em sua grande maioria, não tem feito a sua parte para impedir que o mosquito se prolifere.

O Secretário titular da SES, Rasível dos Reis,  faz um apelo à população para que as pessoas ajudem no combate ao mosquito. “Eu quero pedir a colaboração de toda a população para que a gente, nesse momento de epidemia de dengue, redobre os cuidados com relação ao ambiente em que vivemos”, alerta o secretário. “É eliminando os criadouros que nós vamos evitar que tenha mais casos de dengue e mais internações de pacientes com dengue neste momento”, orienta o secretário.

Vacinação

Goiás aplicou  71.678 doses da vacina contra a dengue, o que representa 45,2% das 158.505 doses do imunizante enviadas pelo Ministério da Saúde ao Estado. A vacina é disponibilizada para crianças e adolescentes com idades entre 10 a 14 anos. O esquema vacinal é de duas doses, com a segunda aplicada após 3 meses da primeira.

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