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sábado, 23 de novembro de 2024
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Valorização

Mercado de suínos registra valorização e desafia produtores goianos

Oferta reduzida impulsiona valorização do animal vivo em junho, enquanto exportações crescem no Estado

Postado em 16 de julho de 2024 por Alexandre Paes
Competitividade do mercado de proteína animal é afetada por valorização dos suínos no estado | Foto: Freepik

O mercado de suínos em Goiás apresenta um cenário de valorização no preço do quilo do suíno vivo, refletindo uma conjuntura de oferta reduzida e demanda aquecida. No último mês de junho, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) registrou um aumento significativo nos preços, impulsionado pela escassez de animais em peso ideal para abate.

De acordo com os dados mais recentes do Cepea, a valorização dos preços da proteína suína tem impactado na competitividade do mercado em relação a outras proteínas. A carne bovina, por exemplo, tem se aproximado dos valores da carne suína, marcando a menor diferença desde 2020. Esse cenário desafia os produtores locais a buscarem estratégias para manter a competitividade e atratividade do produto no mercado interno.

Em relação às exportações goianas, os números mostram um panorama misto. Apesar de um crescimento no volume exportado de janeiro a maio deste ano, houve uma significativa redução no valor recebido por tonelada. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, o valor por tonelada exportada caiu 17,6%, passando de US$ 2.153,23 para US$ 1.773,55. Esse declínio pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo variações cambiais e mudanças nos padrões de consumo nos mercados internacionais.

Para entender melhor o impacto dessas mudanças, o Jornal O HOJE conversou com dois produtores de suínos no estado. Na propriedade rural do João Oliveira, em Anápolis, a perspectiva de aumento na produção e no preço da carne suína foi algo promissor.

“A valorização do preço do suíno vivo tem sido uma faca de dois gumes para nós. Por um lado, conseguimos um retorno melhor por cada animal vendido. No entanto, a alta no preço do farelo de soja tem pesado no nosso custo de produção. O milho mais barato ajuda, mas ainda precisamos equilibrar muitas contas”, exemplificou o produtor.

Já Maria Silva, produtora de suínos em Rio Verde, destaca os desafios com as exportações: “Nós vimos um aumento no volume exportado, o que é bom, mas a queda no valor por tonelada exportada preocupa. O mercado internacional está mais competitivo, e precisamos investir em qualidade e eficiência para continuar atraentes lá fora. Além disso, as flutuações no preço dos insumos fazem com que a gente tenha que ser muito cuidadoso na gestão dos nossos recursos.”

No que tange aos insumos da produção, o milho tem se destacado pela tendência de queda nos preços, o que representa um alívio para os produtores de suínos, já que esse insumo é fundamental na alimentação dos animais. Por outro lado, o farelo de soja tem apresentado preços mais elevados, reflexo da maior demanda no mercado global e suas consequências sobre a cadeia de produção de proteínas animais.

Carlos Mendes, criador de suínos em Jataí, acrescenta uma visão estratégica: “Estamos vivendo um momento de transição. A valorização do suíno vivo é uma oportunidade, mas é crucial inovar e investir em tecnologias que aumentem nossa produtividade. Precisamos também fortalecer nossa presença nos mercados internacionais, mesmo diante da queda nos preços por tonelada”, disse ele ressaltando como a diversificação de mercados e a busca por novos clientes são essenciais.

Diante desse contexto desafiador, os produtores de suínos em Goiás enfrentam um período de adaptação e ajustes estratégicos para manter a rentabilidade e competitividade no mercado nacional e internacional. A valorização dos preços do suíno vivo, aliada às oscilações nos custos de produção, exigirá um gerenciamento cuidadoso por parte dos produtores e uma contínua busca por eficiência e inovação na produção.Para os próximos meses, as expectativas são de que os produtores continuem a monitorar de perto as tendências de mercado e adotem medidas que possam mitigar os impactos econômicos adversos, mantendo a sustentabilidade e a produtividade do setor suinícola em Goiás.

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