Ana Oliv: Da timidez à independência musical
Cantora e compositora goiana compartilha influências, desafios e processos criativos em sua trajetória na cena independente
Ana Oliv, uma jovem cantora e compositora de Goiânia, compartilha sua jornada pessoal e profissional no mundo da música. Desde a infância tímida até se tornar uma artista independente, Ana destaca a importância da música em sua vida, suas influências, e os desafios enfrentados no cenário musical goianiense.
Desde pequena, ela sempre foi uma criança muito tímida, encontrando dificuldade para se comunicar e fazer amigos. Porém, essa característica mudou drasticamente quando, aos 12 anos, seus pais decidiram inscrevê-la em aulas de canto em uma escola de música local. Foi amor à primeira vista. “A música me ajudou a evoluir em muitos aspectos da vida e a ser quem sou hoje”, revela. Com o tempo, além do canto, ela se apaixonou pelo violão, contrabaixo e guitarra, tornando-se uma multi-instrumentista.
Cena independente
Ana descreve a cena musical independente em Goiânia como acolhedora, um ambiente onde os artistas se apoiam mutuamente. “As experiências que tive felizmente foram acolhedoras, sempre conhecendo e fortalecendo o trabalho dos colegas, um feat aqui, uma jam ali”, compartilha. No entanto, os desafios são significativos. A principal dificuldade, segundo ela, é financeira. “Instrumento é caro, produzir um som é caro, montar home studio é caro, fazer lançamento de música é caro e muito difícil apenas no orgânico”, explica. Além dos custos elevados, a falta de contatos e o networking são barreiras importantes, dificultando o acesso a apresentações, festivais e mídia para os iniciantes.
Influências musicais
Suas influências são diversificadas, abrangendo desde o rock e pop até MPB e indie. “Acho que tudo que a gente escuta influencia na composição também”, afirma. Bandas como ACDC são suas inspirações no rock, destacando-se pelo ritmo enérgico e animado, características que Ana busca em suas próprias músicas. No indie, Two Door Cinema Club é uma grande referência, especialmente pelos timbres e riffs de guitarra repetitivos e marcantes. Artistas nacionais como Jovem Dionísio, Lagum, Gilsons, Marina Sena e Lou Garcia também compõem o repertório de influências que moldam seu estilo musical.
Processo criativo
A artista comenta que o processo criativo é detalhado e meticuloso, envolvendo várias etapas. “Escrevo uma letra, deixo um dia, leio de novo, altero uma parte… e por aí vai”, descreve. Ela ressalta a importância do tempo entre as etapas para maturar suas ideias. Para Ana, o baixo é o “esqueleto da música”, e ela só avança para outras partes do arranjo quando está satisfeita com a linha de baixo. A construção de uma música passa pela escolha do tom, criação da base de bateria, adição de arranjos de guitarra e, finalmente, a gravação da voz e ajustes finais. “Às vezes fico 2 horas ali com o instrumento e não sai nada que acho que combina, mas, aleatoriamente em algum momento do dia vai surgir uma ideia”, confessa.
Últimos lançamentos
Ana lançou recentemente a música ‘Dá Licença’, que fala sobre o incômodo de ter que esquecer alguém, mas com uma pegada animada e dançante. “Apesar da letra ser inspirada em um episódio desconfortável da minha vida, o ritmo é animado e dançante e a linha de baixo é forte”, explica. Atualmente, ela está trabalhando em uma nova música com uma abordagem mais leve e descontraída, refletindo o momento mais positivo que está vivendo. “A arte representa a vida em muitos aspectos”, comenta, indicando que sua próxima criação será um reflexo desse período mais alegre.
Planos para o futuro
Em relação ao futuro, a cantora prefere focar no presente, embora reconheça a importância do planejamento. “Confesso que pensar no futuro gera um pouco de ansiedade, mas ao mesmo tempo gosto muito de planejar”, admite. Seus planos incluem lançar músicas em maior quantidade, realizar colaborações com outros artistas e participar de mais festivais. “Independente de qualquer coisa… fazendo música!”, declara com entusiasmo.