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sábado, 23 de novembro de 2024
Absurdo

Médica que sequestrou bebê em Uberlândia tentou comprar criança na Bahia

Cláudia Soares Alves está presa e foi indiciada por falsidade ideológica e tráfico de pessoas. A defesa alega que ela sofre de transtorno bipolar e estava em crise psicótica

Postado em 6 de agosto de 2024 por Otavio Augusto

Médica que sequestrou bebê em Uberlândia tentou comprar criança na Bahia. Na noite do dia 23 de julho, terça-feira, Cláudia Soares Alves, neurologista de 42 anos, entrou na maternidade do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) se passando por pediatra. Usando jaleco branco, touca, máscara, luvas pretas, óculos, mochila amarela e um crachá falso, Cláudia disse a um funcionário que cobriria o turno de uma funcionária ausente.

Ao chegar na sala de parto, Cláudia informou à mãe de uma recém-nascida, que havia nascido três horas antes, que levaria o bebê para alimentar. Após a demora no retorno, o pai da criança foi buscar a menina e descobriu que ela não estava mais no hospital. A Polícia Militar informou que Cláudia colocou a criança em uma mochila e fugiu em um Toyota Corolla. Roupas, sapatos e bolsas da criança foram encontradas no veículo da médica.

Após 12 horas de buscas, Cláudia foi presa na manhã de quarta-feira (24) em Itumbiara, Goiás, a cerca de 134 km de Uberlândia. A recém-nascida foi encontrada em sua clínica, encaminhada para uma unidade de saúde e passa por avaliação. No momento da prisão, Cláudia tentou fugir após deixar a bebê com uma funcionária da clínica. À polícia, ela alegou ter agido por impulso durante um surto psicológico.

Médica que sequestrou bebê em Uberlândia tentou comprar criança na Bahia

A Polícia Civil de Minas Gerais revelou que Cláudia premeditou o crime durante meses, fingindo estar grávida desde maio. Ela comprou um enxoval de bebê e divulgou a falsa gravidez para parentes e amigos. Cláudia conseguiu um documento falso que indicava sua gravidez com a ajuda de um biomédico, que emitiu o laudo baseado em um exame de gravidez de farmácia.

Além do sequestro em Uberlândia, a investigação descobriu que Cláudia tentou comprar um recém-nascido na Bahia. Segundo o delegado Anderson Pelágio, a médica procurou famílias vulneráveis, oferecendo dinheiro em troca de um bebê. Quatro dias antes de levar a criança de Uberlândia, Cláudia esteve na Bahia abordando famílias pobres que poderiam estar dispostas a ceder um recém-nascido mediante pagamento. A tentativa frustrada levou-a a planejar o sequestro do bebê em Uberlândia.

Médica que sequestrou bebê em Uberlândia tentou comprar criança na Bahia
Médica minutos antes do sequestro. Foto: Reprodução/ PC

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Formação e defesa

Cláudia Soares Alves se formou em medicina em novembro de 2004 pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, agora Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Em janeiro de 2007, ela obteve especialização em clínica médica na Universidade Federal de Uberlândia e, cinco anos depois, recebeu o título de neurologista. Ela trabalha como professora na Universidade Estadual de Goiás há cinco anos e divulgou recentemente que foi aprovada como professora na Universidade Federal de Uberlândia (Medicina-UFU).

De acordo com seu site profissional, Cláudia está matriculada como aluna de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Goiás, com ênfase em Neurologia e doenças desmielinizantes. Em seu perfil no Instagram, ela mencionou suas atividades acadêmicas e profissionais.

A defesa de Cláudia alega que ela sofre de transtorno bipolar e estava em crise psicótica no momento do crime. O advogado Vladimir Rezende informou que o processo corre em segredo de justiça e que a questão será resolvida no procedimento de insanidade da acusada, já em andamento.

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Médica que sequestrou bebê em Uberlândia tentou comprar criança na Bahia
A PC afirma a descoberta do enxoval I Foto: Reprodução /Instagram /PC-GO

Conclusão do caso e implicações legais

A Polícia Civil de Uberlândia e Itumbiara trabalhou em conjunto na investigação. Inicialmente, Cláudia foi autuada por sequestro, mas a investigação concluiu que seu objetivo era a adoção ilegal, configurando tráfico de pessoas. O delegado Anderson Pelágio explicou que o sequestro foi uma etapa do crime, utilizado para conseguir a criança. Cláudia usou fraude para entrar no hospital e enganar os pais do bebê.

Cláudia está presa preventivamente e foi indiciada por falsidade ideológica e tráfico de pessoas. O crime de tráfico de pessoas absorve o de sequestro devido à sua gravidade e à finalidade específica do acolhimento ilegal da criança. A polícia concluiu que Cláudia não estava grávida e que usou documentos falsos para convencer as pessoas de sua condição. A defesa espera que o procedimento de insanidade da acusada esclareça a questão.

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