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sábado, 10 de agosto de 2024
Eleições 2024

Vanderlan e a suposta dificuldade de penetração nos bairros

Há quem atribua ao senador um distanciamento em relação aos diferentes setores de Goiânia. Peessedista, porém, parece não se incomodar e não titubeia ao afirmar que pode até não ter grupo, mas tem povo

Postado em 9 de agosto de 2024 por Felipe Cardoso
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Eleições 2024. Foto: Reprodução

Felipe Cardoso

A corrida pela prefeitura de Goiânia tem ganhado cada vez mais corpo. Passado o período das convenções, quando as siglas oficializam seus nomes para a disputa que se aproxima, os candidatos se preparam para a participação nos debates e, claro, para um período mais incisivo de andanças pelos diferentes setores da cidade. Alguns dos nomes tidos desde o princípio como certos na briga se movimentam com mais afinco, enquanto outros ainda esperam pela ‘hora certa’ para colocar o time em campo. 

Nos bastidores da política goianiense, o comentário é que uma das figuras que mais trabalhou para levar seu nome ao conhecimento da população nos últimos meses foi, sem dúvidas, o candidato da base governista, Sandro Mabel (UB). Ele chegou a divulgar à imprensa, no início de julho, que já havia cumprido, desde as primeiras movimentações, mais de 160 agendas na capital. 

Ao que tudo indica, a estratégia surtiu efeito. Levantamentos recentes sugerem um crescimento exponencial de seu nome nas intenções de voto. Em nenhuma das pesquisas internas ele supera os nomes de Adriana Accorsi, candidata pelo PT, ou o de Vanderlan Cardoso, nome do PSD na corrida — ambos disputam ‘pau a pau’ o primeiro lugar. No entanto, o governista já figura na cola do segundo colocado (ora Accorsi, ora Cardoso). A performance do congressista, especificamente, é vista por alguns intérpretes como a mais tímida no quesito ‘crescimento’. A leitura é que o pouco avanço se justifica por uma suposta “falta de penetração nos bairros”.

Na visão dos entusiastas dessa tese, Cardoso, na contramão de alguns de seus adversários, tem se movimentado pouco pelos diferentes setores de Goiânia, o que pode ter  inibido um crescimento vertiginoso, como o de Mabel, por exemplo. Em paralelo a Sandro, a deputada federal Adriana Accorsi (PT) também passou a se dedicar de maneira mais intensa aos encontros com a população goianiense. O prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) é outro que inegavelmente não larga o osso quando o assunto é percorrer as ruas da cidade. 

De volta, porém, ao nome do senador, é preciso considerar sua responsabilidade e coerência política em relação ao cargo para o qual foi eleito. Apesar de ter seu nome envolvido em uma campanha política altamente competitiva, não abandonou suas obrigações no Senado Federal para fazer política — ainda que isso custasse uma evolução significativa de seu nome na briga por Goiânia. Vanderlan é presidente de uma das principais comissões do Congresso, a de Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) que neste momento, inclusive, está debruçada sobre a regulamentação da reforma tributária, um assunto que impacta, de alguma forma, a vida de todo e qualquer brasileiro.

Quanto à especulada dificuldade do senador em alcançar a adesão dos bairros, há quem atribua a falta de um grupo político robusto. O que pesa para o congressista, na interpretação de alguns players políticos ligados às campanhas adversárias, é que “Mabel tem todo aparato do governo ‘empurrando’ seu nome pelos quatro cantos da cidade, Adriana tem a militância mais orgânica de todos os concorrentes e Rogério tem a máquina”, avalia um deles.

Na interpretação dessa fonte, esses são fatores que contribuem para uma chegada desses nomes de maneira mais facilitada nos diferentes setores da cidade. O assunto, porém, não parece incomodar o peessedista que não só se mantém firme no páreo como não titubeia em afirmar que pode até não ter grupo, mas tem o povo ao seu lado. 

 

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