Escola é acusada de constranger aluna ao obrigá-la a celebrar o Dia dos Pais
Casal de mães repudia atitude de escola no Recife ao exigir que filha homenageie pai em comemoração escolar
Uma menina de 9 anos, filha de duas mulheres, foi obrigada a subir em um palco durante uma celebração de Dia dos Pais em sua escola, o Colégio Elo, localizado no bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife.O caso, que aconteceu na última sexta-feira (9), gerou preocupação, levando a mãe da criança, a jornalista Maira Moraes, a denunciar o ocorrido à Polícia Civil. A situação foi revelada após uma mãe de um colega de classe entrar em contato para saber como a menina estava, informando que a criança havia chorado durante o evento.
Maira Moraes relatou ao portal G1, que, ao buscar a filha na escola, percebeu que a garota estava retraída, mas inicialmente não soube o que havia acontecido. Foi somente após receber uma mensagem da mãe de um colega da filha, preocupada com o choro da menina, que Maira descobriu os detalhes do episódio.
De acordo com a mãe, a criança foi forçada a participar da apresentação. Além disso, a menina teve que tirar fotos com os demais colegas e seus pais, mesmo sem nenhum membro da família presente. A situação se agravou porque, desde a matrícula, a escola foi informada de que a aluna é filha de duas mães e não tem pai. Sendo assim, o local já tinha recomendações claras para que ela fosse dispensada dessas atividades.
Medidas tomadas pela família
Maira expressou sua indignação ao saber que a filha foi pressionada a participar do evento, mesmo após pedir para ficar na sala de aula. Ela destacou que, em anos anteriores, a escola havia respeitado a orientação de manter a criança em atividades alternativas durante essas celebrações, mas desta vez, a recomendação foi ignorada.
“O amiguinho estava lá na apresentação do Dia dos Pais e disse que a ‘tia’ obrigou ela a participar. Ela não quis, né? Ela ficou triste e chorosa com isso, e o colega tentou consolar. Outra mãe, de um outro colega, foi quem ajudou. Tirou ela de lá e ficou com ela no colo durante a apresentação”, explicou Maira.
A mãe da menina ainda lamentou a falta de posicionamento da escola após o ocorrido. Ela afirmou que nenhum representante da instituição entrou em contato para oferecer explicações ou desculpas. Isso em si contribuiu em sua decisão de retirar a filha da escola.
“Obviamente, a minha ideia, de fato, é tirá-la do colégio. Eu vi que realmente ali não é um ambiente que eu quero que minha filha se desenvolva na sociedade, porque aprender coisas na escola a gente aprende e esquece, mas as nossas histórias e traumas elas ficam para sempre”, desabafou.
Investigação e resposta da Escola
A Polícia Civil de Pernambuco informou que as investigações já foram iniciadas e estão em andamento para esclarecer completamente os fatos.
Por sua vez, a direção do Colégio Elo, não negou os acontecimentos e afirmou que está apurando os fatos. A escola prometeu conversar com as famílias envolvidas para esclarecer o ocorrido e buscar uma solução para o problema.