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sexta-feira, 23 de agosto de 2024
Investigações MINISTRO

Ex-assessor de Alexandre de Moraes afirma que celular permaneceu com a Polícia Civil sem senha por uma semana

Eduardo Tagliaferro, ex-chefe de enfrentamento à desinformação do TSE, revelou que seu celular ficou acessível à Polícia Civil de São Paulo por quase uma semana após sua prisão em 2023

Postado em 22 de agosto de 2024 por Vinicius Lima
Ex-assessor
Depoimento de ex-assessor revela novos detalhes | Foto: Reprodução

Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes, afirmou em depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira, 22 de agosto, que seu celular ficou com a Polícia Civil de São Paulo por cerca de seis a sete dias, sem qualquer proteção de senha. Em maio de 2023, a polícia prendeu Tagliaferro em flagrante por violência doméstica, o que levou à apreensão do celular. Durante esse período, o aparelho ficou na Delegacia Seccional de Franco da Rocha, na Grande São Paulo.

Antes de o celular ser requisitado pela polícia, Tagliaferro o entregou a um compadre. Ele explicou que fez isso para garantir que sua esposa e filhas pudessem usá-lo para pagar contas, pois o aparelho estava desbloqueado. No entanto, algumas horas depois, a Polícia Civil de Franco da Rocha exigiu a entrega do dispositivo, e o compadre atendeu prontamente ao pedido.

Vazamento de informações sob investigação

Tagliaferro negou categoricamente ter vazado informações para jornalistas e evitou apontar qualquer pessoa responsável pela divulgação. Apesar disso, ele destacou que o celular passou pelas mãos dele, do compadre e, posteriormente, da Polícia Civil. Essa situação levantou suspeitas sobre o possível vazamento de mensagens trocadas entre assessores e ex-auxiliares de Moraes, que foram publicadas na Folha de S. Paulo. A investigação agora se concentra em descobrir a origem desses vazamentos, que muitos acreditam terem vindo do próprio celular de Tagliaferro.

Apreensão do celular por ordem do STF

Diante da recusa de Tagliaferro em entregar voluntariamente o celular para perícia, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ordenou sua apreensão. Essa decisão atendeu a um pedido da Polícia Federal, que teve o apoio da Procuradoria-Geral da República. Moraes argumentou que a negativa de Tagliaferro em colaborar reforçou a necessidade da apreensão, pois os dados contidos no celular são de interesse público e essenciais para a investigação.

Tagliaferro, que liderou o enfrentamento à desinformação no Tribunal Superior Eleitoral durante a gestão de Moraes, continua a negar qualquer irregularidade. A investigação segue em andamento, com a análise do conteúdo do celular visando esclarecer o possível vazamento de informações sigilosas.

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