As negociações em torno do cessar-fogo e da libertação de reféns em Gaza foram retomadas no Cairo neste sábado (24). Representantes do Hamas desembarcaram na capital egípcia para participar das discussões mediadas por Egito, Catar e Estados Unidos. Com o objetivo de aproximar as posições entre Israel e o grupo palestino.

O primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, deve participar das negociações. As conversas enfrentam meses de impasses, sem que as partes cheguem a um acordo definitivo para encerrar a campanha militar israelense em Gaza ou garantir a libertação dos reféns capturados pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro, que desencadeou o conflito atual.

Condições Humanitárias pioram em Gaza

Enquanto as negociações prosseguem, a situação humanitária no enclave de Gaza continua a se deteriorar. Neste sábado, ataques militares israelenses resultaram na morte de 50 pessoas, segundo autoridades de saúde palestinas. Muitas vítimas permanecem presas sob os escombros ou nas ruas, onde os confrontos ainda persistem.

Fontes egípcias relataram que as novas propostas de compromisso abordam questões pendentes, como a proteção de áreas estratégicas e o retorno da população ao norte de Gaza. No entanto, divergências cruciais permanecem, incluindo a insistência de Israel em manter o controle do Corredor Filadélfia, na fronteira entre Gaza e Egito.

O Hamas acusa Israel de recuar em pontos previamente acordados e critica a mediação dos Estados Unidos, afirmando que não estão agindo de boa fé. Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrenta desafios internos, com membros de sua equipe de negociação pressionando por mais concessões, enquanto ele resiste a ceder controle sobre áreas estratégicas.

Segundo uma autoridade palestina envolvida nas negociações, ainda é cedo para prever o desfecho das conversas. “O Hamas está aqui para avaliar se as propostas dos mediadores são suficientes para influenciar a posição de Netanyahu em direção a um acordo”, comentou a fonte.