Aproximadamente 2,5 milhões de veículos no Brasil estão equipados com airbags defeituosos da marca japonesa Takata. Esses dispositivos foram instalados em carros de 17 montadoras entre 2001 e 2018. A Takata usava nitrato de amônio para inflar os airbags, mas com o tempo, a exposição ao calor e à umidade fez com que esse composto se torne extremamente explosivo e possa corroer partes metálicas do sistema.

Segundo Rodolpho da Hora, perito em trânsito do Rio de Janeiro, “Essa bolsa se abre a cerca de 320 km/h. Então, com uma explosão muito forte e uma peça fragilizada pelo composto químico, os fragmentos, que estão a menos de um metro do motorista, são lançados como se fossem tiros a queima-roupa.”

Embora cada veículo tenha um airbag adaptado ao seu tamanho interno, o deflagrador, que é o componente que provoca a reação química para gerar os gases, pode ser o mesmo para vários modelos. O problema afeta mais de 100 milhões de carros em todo o mundo. No Brasil, convocaram mais de 5 milhões de veículos para substituir a peça defeituosa, mas apenas metade dos proprietários compareceu às revisões. Esse recall é o maior da história da indústria automobilística e também está impactando outros países.

Após a descoberta do problema, a Takata declarou falência quatro anos depois. A marca teve que pagar mais de 1 bilhão de dólares em multas nos Estados Unidos. A agência federal de segurança automobilística dos EUA informou que eles venderam mais de 20 milhões de carros com airbags defeituosos.