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terça-feira, 27 de agosto de 2024
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Justiça

TSE inclui minuta de cunho golpista encontrada na casa de Torres em ação contra Bolsonaro

Processo apura a legalidade do encontro do ex-presidente, em julho passado, com embaixadores, quando ele fez críticas ao processo eleitoral

Postado em 17 de janeiro de 2023 por Francisco Costa
TSE inclui minuta de cunho golpista encontrada na casa de Torres em ação contra Bolsonaro
Processo apura a legalidade do encontro do ex-presidente

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, autorizou a inclusão da minuta apreendida na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, em ação contra Bolsonaro (PL). Ele acatou um pedido do PDT. O processo apura a legalidade do encontro do ex-presidente, em julho passado, com embaixadores, quando ele fez críticas ao processo eleitoral.

“De igual forma, constato que os fatos ora trazidos a juízo pela parte autora possuem aderência aos pontos controvertidos, em especial no que diz respeito à correlação do discurso com a eleição e ao aspecto quantitativo da gravidade”, diz trecho da decisão.

Ainda segundo o magistrado, “constata-se, assim, a inequívoca correlação entre os fatos e documentos novos e a demanda estabilizada, uma vez que a iniciativa da parte autora converge com seu ônus de convencer que, na linha da narrativa apresentada na petição inicial, a reunião realizada com os embaixadores deve ser analisada como elemento da campanha eleitoral de 2022, dotado de gravidade suficiente para afetar a normalidade e a legitimidade das eleições e, assim, configurar abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação”.

Minuta

Na última semana, a Polícia Federal (PF) encontrou, na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, uma minuta de decreto para o então presidente, Jair Bolsonaro, instaurar estado de defesa na sede do TSE. A ação ocorreu durante cumprimento de mandado contra Torres.

Segundo o texto, o objetivo era reverter o resultado da eleição em que Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A medida seria inconstitucional.

Segundo a PF, o documento estava no armário do ex-ministro durante busca e apreensão. O material teria sido feito após a realização das eleições e teria o intuito de apurar abuso de poder, suspeição e medidas ilegais adotadas pela presidência e por membros do tribunal antes, durante e depois do processo.

Na tentativa de se defender, Torres alegou que o documento estava, “muito provavelmente”, em uma “pilha para descarte” e que o material seria levado “para ser triturado oportunamente”.

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