Idade dos pais está diretamente ligada ao risco de autismo nos filhos
A pesquisa analisou registros de saúde de mais de 5,7 milhões de crianças nascidas entre 1985 e 2004
Uma pesquisa publicada no periódico científico Molecular Psychiatry em 2010, avaliou a relação entre a idade dos pais e o risco de autismo nos filhos. O resultado concluiu que filhos de mães adolescentes, de pais com mais de 10 anos de diferença entre si e de casais com mais de 40 anos de idade têm maiores chances de desenvolver autismo. Os dados apresentados são válidos para casais que estão planejando uma gravidez, possibilitando o cálculo dos possíveis riscos e, assim, procurarem orientação da forma adequada.
Os pesquisadores acompanharam mais de 5,7 milhões de crianças nascidas entre 1985 e 2004, em cinco países diferentes: Dinamarca, Israel, Noruega, Suécia e Austrália. Ao longo do estudo, que acompanhou as crianças até 2009 por meio de registros de saúde, 30.902 participantes foram diagnosticados com transtorno do espectro autista (TEA). Os dados coletados durante os anos de análise apontaram a influência da idade dos pais no desenvolvimento do autismo.
Segundo a pesquisa, a idade avançada do pai, da mãe ou de ambos aumenta o risco dos filhos serem autistas. Os resultados apontam que o risco de pais com mais de 50 anos terem filhos com autismo é 66% maior do que pais com 20 anos de idade. Segundo os autores, isso se dá pelas mutações genéticas no esperma resultantes do envelhecimento.
No caso dos pais, o aumento da faixa etária masculina está associado com um aumento nos níveis de fragmentação de DNA espermático. Já no caso das mulheres, aquelas com 40 anos ou mais correm um risco 15% maior de ter filho autista, em comparação com as de 30 anos de idade ou menos.
O contrário também é válido, filhos de adolescentes apresentam risco 19% maior de desenvolverem autismo. Ainda de acordo com a pesquisa, o risco do filho ser autista também aumenta consideravelmente quando há grande disparidade entre a idade dos pais (10 anos ou mais).
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