Eliane Elias é premiada no Grammy
Cantora foi agraciada pelo álbum ‘Made in Brazil’, o primeiro feito no País. Cerimônia ocorreu em Los Angeles
Por agência o globo
Pianista, cantora, compositora e arranjadora, Eliane Elias, 55 anos, radicada em Nova York, foi a única brasileira premiada neste ano – em sua sétima indicação –, na 58ª edição do Grammy, na última segunda-feira (15), em Los Angeles (EUA). Seu álbum Made in Brazil foi escolhido o melhor na categoria Jazz Latino.
Esperava ganhar?
A gente nunca sabe, são cinco concorrentes de altíssimo nível. Mas estava com esperanças, sei que Made in Brazil é um disco especial, que teve enorme projeção internacional. Só na noite anterior, bateu uma dúvida, fiquei preocupada de a minha filha, que viajou para Los Angeles, ficar chateada se eu perdesse. Liguei pra ela, disse que já estava feliz com a indicação, para ela não se preocupar. Mas sabia que ia dar certo.
Por que você não foi à cerimônia?
Eu ia tirar um período no Brasil para compor, estou preparando um disco aqui (em São Paulo). Viajei 220 dias no ano passado, 220 dias no ano anterior, quis fugir do inverno desta vez. Depois que já tinha definido isso, passagens compradas, ainda apareceu uma viagem para Tóquio, para tocar com uma big band de 25 músicos. Fui de São Paulo a Tóquio e voltei, pensei que seria muita viagem emendada ir para Los Angeles, no fim do mês já começam as turnês. Então deixei minha filha ir por mim.
Como nasceu ‘Made in Brazil’?
É o meu primeiro disco feito no Brasil, de onde saí em 1981. Eu estava por aqui, vim passar o Natal com a família, tinha uns dias livres. Mas a música começou a jorrar, escrevi cinco ou seis canções novas, com letra, arranjo, não consigo ficar quieta. Peguei músicos maravilhosos, ensaiei, amei o resultado. Gravamos, levei para os Estados Unidos, adicionei cordas em Londres, assim como a participação do Take 6. Também gravei com Roberto Menescal e Ed Motta aqui. Nos meus discos mais direcionados à música brasileira, gosto de ter convidados. Já tive Gilberto Gil, por exemplo. Sempre levo comigo minha raiz, a boa música brasileira. Gravo Jobim, Donato, Caymmi, Gordurinha, com meus arranjos, e a recepção é ótima em qualquer lugar.