Varejo goiano cai, mas mostra reação
Vendas do comércio varejista atingiram queda recorde no ano passado, mas retração desacelera
A queda no volume de vendas do comércio varejista goiano voltou a desacelerar em dezembro, após ter atingido o pico anual de -13,3% em outubro do ano passado, a maior queda mensal já registrada na história do comércio em Goiás. Em novembro, a queda recuou para 11,4% e em dezembro para 10,9%. Com o resultado, o varejo no Estado fechou o ano em queda de 10,2%, também o maior já registrado no acumulado anual.
No mês, a variação no volume de vendas em Goiás apresentou recuo superior ao nacional, que sofreu queda de 7,1% em comparação com dezembro de 2014. Os dados foram divulgados ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com o mês de novembro de 2015, o volume de vendas do comércio varejista goiano apresentou um recuo de 5,7% em dezembro de 2015; na mesma comparação, a variação nacional foi de 2,7%.
Das diferentes atividades que compõem o comércio varejista de Goiás, nenhuma apresentou variação positiva do volume de vendas no mês de dezembro do ano passado, frente a dezembro de 2014. A maior variação negativa foi verificada no comércio varejista de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (- 32,3%), logo a seguir vem os Móveis e Eletrodomésticos (-28,4%), e Livros, jornais, revistas e papelaria (- 14,6%).
O índice do volume de vendas do comércio varejista ampliado em Goiás (que acrescenta às atividades acima as revendas de Veículos, motocicletas, partes e peças e de Materiais de construção) em dezembro de 2015 apresentou queda de 17,6% na comparação com dezembro de 2014 e acumulou retração de 15% nos 12 meses do ano passado.
As duas atividades que se acrescentam para compor o indicador registraram queda, a de Veículos, motocicletas, partes e peças com -29,9% e a de Materiais de Construção, com -12,1%. Com essas variações, o volume de vendas do Comércio Varejista Ampliado em Goiás no acumulado no ano, comparado com mesmo período anterior, apresentou uma redução de 15,0%, maior que a observada para o Brasil (-8,6%).
Vendas devem continuar caindo em 2016
As vendas do comércio em 2016 devem seguir em trajetória negativa, segundo expectativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A previsão da entidade é de que o ano termine com redução de 3,9% no faturamento – após a queda de 4,3% nas vendas em 2015, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada nesta terça-feira, 16 de fevereiro, pelo IBGE.
A previsão de retração ligeiramente inferior à do ano passado se deve, basicamente, a uma expectativa de queda menor do PIB e a uma alta menor do nível geral de preços. No conceito ampliado, a CNC projeta -7,8% para o volume de vendas ao final do ano.
Para o economista da CNC Fabio Bentes, o resultado fraco das vendas em 2015 foi o resultado de uma série de fatores ruins para o varejo. “A redução significativa no nível geral de atividade interrompeu uma longa sequência de expansão do mercado de trabalho. O aumento do desemprego, a queda da renda agravada pela elevação da inflação, mais que reduziram o bem-estar do consumidor, derrubaram sua confiança”, afirmou Bentes.