Trigo e energia fermentam aumento do pão na capital
Levantamento do Procon Goiás aponta aumento de 63% em três anos nos últimos o acréscimo foi de 64%, quase três vezes o valor da inflação do período pesquisado
Deivid Souza
Os aumentos no preço do trigo, energia elétrica e mão de obra são os principais fatores apontados pelos proprietários de padaria para a escalada no preço do pão francês. Uma pesquisa do Procon Goiás (Procon-GO) apontou que nos últimos três anos o acréscimo foi de 64%, quase três vezes o valor da inflação do período. O Sindicato Das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado De Goiás (Sindipão) questiona o levantamento.
O proprietário de uma panificadora no Setor Sul, em Goiânia, Dercílio José Moreira, afirmou a O HOJE que não tem repassado todos os reajustes ao consumidor para tentar manter a freguesia. “Eu acho que energia tem subido muito, mais até que o trigo. Água e aluguel também aumentaram muito além do salário mínimo”, diz.
O presidente do Sindipão, Luiz Gonzaga, coloca a energia e o preço da mão de obra, que representa 45% do preço final do produto, como grandes vilões da história. Ele questiona a pesquisa. Segundo Gonzaga, dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicam uma alta bem menor que a relatada pelo Procon-GO, que teria ficado em aproximadamente 3% somente no ano passado. “Os dados não são meus, são do Dieese referentes à Goiânia”, questiona.
O preço do pão francês aumentou 40,8% nas panificadoras e 64% nos supermercados no período do levantamento. Outra constatação do Procon-GO é que a variação de preço entre os supermercados é grande. O produto chega a custar de R$ 8, 28 a R$ 13, 49. Nas panificadoras a disparidade também foi significativa: 59%. O maior preço foi de R$14, 30.
Economizar
O Dieese estima em 6 quilos de pão e 7,5 litros de leite o consumo por pessoa. Em uma família de até três indivíduos, o valor total pode chegar a R$ 299, o que equivale a 34% do salário mínimo. Para o Procon-GO, pesquisa é a palavra de ordem.
O gerente de Cálculo e Pesquisa do Procon, Gleidson Tomaz, explica que os clientes que quiserem substituir os produtos tradicionais do café da manhã por frutas devem ficar atentos. Segundo ele, “Nós já vimos em levantamento anterior, que no caso das promoções de hortifrúti, ele tem que ficar restrito a esses itens, porque nós visitamos estabelecimentos em dois momentos, dias de promoção e dia não promocional e verificamos que os produtos que não estão anunciados estão mais caros que em dias normais”, alerta.
Os últimos dados foram coletados entre os dias 15 e 24 de fevereiro em 24 panificadoras e 12 supermercados da Capital. Além do pão francês, pão de queijo, pão de milho, biscoito de queijo, mini pão francês e pão de milho também foram pesquisados.