Servidores ameaçam greve
Servidores da área da saúde de Senador Canedo, com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde), ameaçam paralisar as atividades no município se a prefeitura não atender as reivindicações
Indignados pela falta de compromisso do poder público municipal para implantação do Plano de Carreira e Salários e cumprir outros direitos trabalhistas, servidores da área da saúde de Senador Canedo, com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde), ameaçam paralisar as atividades no município se a prefeitura não atender as reivindicações.
Na manhã de ontem, na entrada da Secretaria Municipal, foi realizada mais uma manifestação dos trabalhadores para reivindicar melhorias para a categoria. Foi o segundo protesto pacífico feito somente essa semana– o primeiro aconteceu na última segunda-feira (22), na Praça Criativa, um dos pontos de referências da cidade.
“O prefeito (Misael Oliveira) não quer dialogar”, afirma a presidente do Sindsaúde, Flaviana Alves Barbosa. As reivindicações, segundo ela, estão voltadas para o cumprimento dos direitos trabalhistas dos servidores da saúde do município. A dirigente sindical também enfatiza que o projeto de implantação do Plano de Carreira e Salários está parado desde o ano passado, apesar de a prefeitura ter firmado compromisso que cumpriria o que determina a legislação.
Para se ter uma ideia do descaso, conforme diz Flaviana, a prefeitura somente forneceu vale-transporte para os servidores da saúde na terça-feira, 23, um dia após os trabalhadores terem cruzados os braços e feito a mobilização na Praça Criativa. Foram 23 dias de atraso do pagamento do vale-transporte. De lá, os participantes realizaram uma marcha até Maternidade Municipal Aristina Cândida. Durante o trajeto, populares apoiaram a manifestação.
Além da falta de implantação do Plano de Carreira e do atraso da entrega do vale-transporte, os servidores também reclamam da falta de condições de trabalho e da necessidade emergencial de realização de concurso público, além de reajuste salarial para algumas categorias. “A prefeitura tem muito contrato precário [contrato de trabalho feito por um período de tempo determinado]. Por isso, não realiza concurso”, denuncia Flaviana.
Atualmente, esse percentual é pago no montante de 20% apenas para uma parcela de trabalhadores da saúde. Esse adicional precisa ser revisto, segundo o sindicato, porque muitos servidores trabalham em ambiente totalmente desfavorável e insalubre.
Dezenas de agentes que trabalham no combate às endemias no município participaram da manifestação na manhã de ontem. O Sindsaúde também reivindica junto à prefeitura melhorias nas condições salariais e de trabalho para esses profissionais que trabalham diretamente no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e vírus Zika. “Um agente recebe apenas R$ 1.014,00 por mês”, informa Flaviana, não descartando uma greve nos próximos dias.
Sem resposta
A reportagem do jornal O Hoje entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura, porém, ninguém atendeu as ligações realizadas entre às 16h50 e 17h20. O jornal se coloca à disposição da Secretaria Municipal de Saúde de Senador Canedo para saber a posição da pasta sobre os pedidos dos servidores.