Flagra de velocidade é recorde na BR-060
Piloto foi visto trafegando com uma moto com placa de Brasília-DF, na BR-060, a nada menos que 229 km/h
Um flagrante espantoso foi feito por radares na tarde do último domingo (28). Um piloto foi visto trafegando com uma moto com placa de Brasília-DF, na BR-060, a nada menos que 229 km/h. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), trata-se da velocidade mais alta registrada no Estado.
O inconsequente em questão, por incrível que pareça, não tinha outras multas registradas em seu nome. Ele pilotava uma possante moto Kawasaki Ninja, série esportiva que engloba diversos modelos. Motos do tipo custam cerca de R$ 20 mil e algumas delas podem chegar a 340 km/h.
Segundo o Inspetor Newton Morais, da PRF, flagras de motociclistas a altas velocidades são frequentes, mas já foram mais comuns. “Há sete ou oito anos esse tipo de coisa era uma dor de cabeça incalculável”, afirma.
A situação começou a mudar quando viaturas e radares, na época ainda rudimentares, foram colocados nas estradas para flagras essas irregularidades. Posteriormente, o avanço tecnológico foi crucial para fustigar ainda mais os apressadinhos.
“Recentemente nós ganhamos oito radares de primeira geração, capazes de fazer imagens a vários metros de distância e de diversos veículos ao mesmo tempo”, relata o inspetor. “Com eles, e um agrupamento maior de policiais, a fazemos bloqueios nas chamadas ‘Operações Jaspion’.”
O inspetor afirma que mais de 500 pretensos pilotos de alta velocidade já foram identificados. Eles formam um grupo que costuma agendar encontros pelas redes sociais para trafegarem, de forma negligente, colocando em risco não só as próprias vidas, mas também a de outros transeuntes. Um dos pontos favoritos desse pessoal é o restaurante Jerivá, localizado justamente no km 60 da BR-060.
“Se você procurar no YouTube, verá as loucuras que faziam. Todo domingo era dia de encontro, mas colocamos os radares e quem passa entre Brasília e Anápolis não escapa deles”, explica.
Punições
Aqueles que forem flagrados estão sujeitos a duras punições. Quem ultrapassa mais de 50% da velocidade máxima permitida em uma via– como no caso flagrado, onde o limite é 110 km/h– recebe uma multa de R$ 574,61 e perde sete pontos na carteira. “Os pontos nem precisam ser levados em conta porque é muito provável que o Departamento Nacional de Trânsito (Detran) do DF inicie o processo de cassação da licença dele”, diz o inspetor.
Segundo Newton, nesse ano, até o último domingo, foram aplicadas 25 mil multas por irregularidades flagradas nos radares de todo o Estado. Desse total, cerca de 8.500 foram registradas nos trecho entre Anápolis e Brasília. Dessas, cerca de 1.500 estavam em velocidades abusivas.
O inspetor ressalta que não é qualquer um que pode se enturmar com esses “pilotos”. “Opessoal tem bala na agulha”, pontua. “Motos como a que pilotam são para quem tem dinheiro. Então, ali há pessoas esclarecidas, com bons empregos e nível cultural considerável”, ressalta.
As idades dos pilotos variam de 25 a até 70 anos. A maior parte está na faixa entre 35 e 50. Alguns são médicos, advogados e outros são até mesmo policiais.
Mesmo assim, arriscam as vidas por uma emoção efêmera. “Provocam poucos acidentes, mas quando acontecem, é para matar”, diz o inspetor. “É isso que queremos evitar.” (Thiago Burigato)