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terça-feira, 26 de novembro de 2024
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Cartão Fácil

Recarga do Cartão Fácil pode ser feita pelo celular

Apesar da alternativa extra, medida do SET surge com polêmica, já que sistema cobra taxa de 5% sobre o valor da transação

Postado em 23 de março de 2016 por Sheyla Sousa
Recarga do Cartão Fácil pode ser feita pelo celular
Apesar da alternativa extra

Thiago Burigato

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (SET) lançou um novo aplicativo para trazer mais uma opção para quem precisa recarregar a carteirinha do transporte coletivo. Mas, a novidade já vem envolta em controvérsia. Isso porque trata-se de um programa para celular que permite que os usuários coloquem os valores relativos às passagens utilizando dados do cartão de crédito. O problema é que, a cada recarga, é cobrado um valor adicional de 5%, o que é considerado abusivo pelo Procon Goiás

A novidade do SET pegou muita gente de surpresa. Sem qualquer aviso prévio, o sistema já entrou em funcionamento na manhã desta terça-feira (22), com tímida divulgação nas redes sociais da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo e por meio de pequenos cartazes colados nas entradas de terminais.

O funcionamento é simples: basta que o interessado baixe o aplicativo “Recarga Agora”, faça o login, cadastre seu Cartão Fácil, selecione o valor que deseja recarregar, cadastre o cartão de crédito e finalize a compra. Os créditos ficam disponíveis imediatamente, mas devem ser validados nos pontos de recarga automática antes de serem utilizados.

Segundo a assessoria de imprensa da RMTC, o sistema começou a ser pensado há cerca de um mês. A empresa escolhida para o serviços de criação do aplicativo foi a Redetrans. “É uma empresa do Rio Grande do Sul que já desenvolveu sistemas parecidos em outros Estados”, afirma a assessora Aline Moraes.

Polêmica

Os usuários devem ficar atentos à questão do preço. A cada R$ 3,70 comprados– valor da passagem atual– é cobrado o adicional de 5%, valor que corresponde a R$ 0,185. Na compra de dez passagens, por exemplo, ao invés de R$ 37,00, o usuário será cobrado em R$ 38,85. 

Segundo a RMTC, o valor extra é correspondente ao valor da transação para despesas administrativas do cartão de crédito. É aí que reside a polêmica.

Para o Procon Goiás, a cobrança da taxa de 5% configura a transferência ao consumidor das despesas administrativas devidas pelo SET. Assim, essa cobrança é considerada abusiva.

“Ao aderir a um cartão de crédito, o consumidor já paga a anuidade ou tem custos com outras tarifas, e paga juros quando usa o rotativo”, ressalta nota divulgada pelo órgão. “A empresa não está obrigada a aceitar o cartão de crédito como forma de pagamento, mas se aceitar não pode fazer distinção do pagamento à vista, cobrando valor superior.”

O Procon Goiás promete tomar providências caso o sindicato não repense a cobrança extra, oferecendo prazo de dez dias para apresentação de defesa escrita. “Se o Sindicato não retirar a cobrança indevida o Procon Goiás também ingressará com a Ação Civil Pública na Justiça”, conclui a nota.

A assessoria do SET informou que ainda não foi comunicada sobre e que deve se manifestar ainda nesta semana.

Desconfiança e entusiasmo

Os usuários do transporte coletivo receberam a medida com um misto de desconfiança e entusiasmo. Todos, porém, foram unânimes em reprovar a cobrança da taxa.

Para o estudante de Direito Saulo Gomes, o novo sistema vai ajudar a tornar o processo de recarga mais ágil. “Vai diminuir muito as filas. Nos horários de pico fica insuportável fazer recarga nos terminais e a gente acaba perdendo o ônibus”, diz, ressaltando que estaria aberto a testar a novidade. No entanto, quando informado da cobrança da taxa extra, ele muda de opinião. “A passagem já é cara. Poucas pessoas terão coragem de pagar a mais”, analisa.

O chapeiro Eurico Adão também desanimou quando soube da cobrança a mais, porém, vê positividade na alternativa. “É bom porque não precisa sair de casa com dinheiro, o que pode ser perigoso.”

Já a estudante de Engenharia de Comunicação, Camila Gomes, se mostrou cética quanto ao sistema. “E se não cair o crédito? Ao menos o caixa emite comprovante”, pondera.

 

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