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sábado, 23 de novembro de 2024
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Violência

Homicídios em Goiás caem 5,7%, diz Ipea

Estado fica em segundo no ranking na redução de homicídios, mas está acima da média nacional na violência contra mulher

Postado em 23 de março de 2016 por Sheyla Sousa
Homicídios em Goiás caem 5
Estado fica em segundo no ranking na redução de homicídios

RHUDY CRYSTHIAN

De acordo com dados do Atlas da Violência 2016, houve uma queda de 5,7% no índice geral de homicídios em Goiás. A taxa colocou o Estado como segundo colocado no ranking geral no País. Os números estão no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e se referem a 2014. Os dados constam em uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

O resultado positivo para Goiás pode indicar, segundo análise do técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, Daniel Cerqueira, uma mudança no sinal da evolução dos homicídios nas microrregiões analisadas. “Em Goiás, o estudo identificou que ações qualitativamente consistentes foram adotadas no que se refere a investimento na inteligência e orientação das forças policiais na atuação com políticas pautadas no respeito à cidadania, na época referente ao levantamento dos dados”, diz.

Para o especialista, essa curva positiva começou a ficar mais acentuada em Goiás ainda em 2007 quando foram realizados investimentos em segurança e inteligência policial. Mas ele critica a política de tolerância zero, adotada recentemente, pois defende que se mostra uma forma de tratar o assunto de maneira ineficiente criando ‘uma ruptura entre a comunidade e as polícias’, de forma geral. 

Ações como a integração da Polícia Militar e investimento nas polícias são algumas inovações citadas pelo técnico do Ipea como possíveis contribuições para a queda. Recentemente a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás (SSPAP) divulgou que caiu em 30% o número de homicídios em todo o Estado, logo nos primeiros dias de trabalho de uma força tarefa que intensificou as ações de segurança em Goiás. 

Essa força tarefa completa um mês amanha (24) e foi criada para tentar barrar o avanço da violência em Goiás. Houve aumento do policiamento ostensivo nas ruas. Mas o vice-governador e secretário de segurança pública em Goiás, José Eliton, explica que o acerto nas políticas públicas adotadas no período de avaliação da pesquisa são fatores primordiais no resultado final.

Goiânia

Houve uma redução de 10,7% no número de homicídios dolosos e em estupros em Goiânia. O índice positivo pode ser considerado, em parte, como fruto do trabalho ostensivo que diversas entidades têm desempenhado na capital. Para o secretário, aprofundar nas ações efetivas irão contribuir para manter esses indicadores de violência em declínio. “Vamos investir ainda mais em frentes de trabalho voltadas para inteligência das nossas polícias e tecnologias para o desempenho das funções”, espera.

GO fica acima da média nacional na violência contra mulher

 Ainda de acordo com a pesquisa, a taxa de homicídios entre mulheres apresentou crescimento de 11,6% entre 2004 e 2014 no País. Segundo o Ipea, no período, a taxa de mortalidade de mulheres em Goiás ficou acima da média nacional (4,6), alcançando a taxa de 8,8. O que significa que a cada 100 mil mulheres goianas, quase nove foram assassinadas neste intervalo.

Para Daniel Cerqueira, especialista do Instituto, esse dado coloca Goiás como um dos Estados de mau exemplo de uma cultura considerada machista no que se refere ao respeito ao gênero e às minorias. “Assim como racismo, a violência contra mulher decorre de que o Estado precisa avançar nesse assunto. E mudar cultura é muito difícil”, comenta.

O secretário de segurança pública em Goiás, José Eliton rebate ao afirmar que é muito prematuro atribuir esse dado às questões culturais e de feminicídio sem informações técnicas mais aprofundados que podem indicar essa relação. “Não existe nenhuma pesquisa que possa afirma com certeza essa associação. Mas podemos destacar um aumento considerável no número de mulheres no mundo do crime o que pode ter relação direta com essa elevação da violência contra a mulher”, compara.

 

 

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