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sábado, 23 de novembro de 2024
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VIAGEM

A pérola do Adriático

Dubrovnik deslumbra com sua beleza cênica indescritível, sua história riquíssima e seu mar fabuloso

Postado em 28 de março de 2016 por Sheyla Sousa
A pérola do Adriático
Dubrovnik deslumbra com sua beleza cênica indescritível

George Bernard Shaw apaixonou-se por esta belíssima cidade da Croácia, e chegou a escrever: “aqueles que procuram o paraíso na terra devem vir a Dubrovnik e ver Dubrovnik”. E não era exagero do renomado escritor irlandês, au­tor de clássicos como Pigmalião, afinal, pou­quís­simas cidades em todo o Mediterrâneo são tão diversas em beleza, história e monumentos, sem contar a extasiante natureza que cerca a conhecida “Pérola do Adriático”. Com menos de 45 mil habitantes, a cidade está localizada no sudeste da Croácia, num enclave rodeado pela Bósnia-Herzegóvina e Montenegro, países que, como a Croácia, faziam parte da Iugoslávia.

Visitar Dubrovnik é sempre um prazer em qualquer época do ano, mas é no verão europeu, entre junho e setembro, que as belezas cênicas ficam mais exuberantes, com o azul profundo do mar mais intenso e com o sol tornando as escarpas que rodeiam a cidade ainda mais alvas, e as florestas, com seu verde deslumbrante, ainda mais viçosas. Também é no verão que acontece o fa­moso Festival de Verão, quando pipocam as manifestações culturais que vão da música ao teatro, dança e as mais variadas performances.

A história de Dubrovnik data do século 7 d.C. quando uma invasão dos eslavos expulsou os gregos e fundou uma espécie de República que durou até por volta do século 15, período em que a cidade esteve no seu apogeu, mantendo relações comerciais e diplomáticas com o Império Otomano, com a Índia e até com a Inglaterra, o que causava inveja em Veneza, que depois a invadiu e a dominou até que um grande terremoto a devastou em 1667. 

Daí, foi incorporada ao Império Austro-Húngaro e, após a Primeira Guerra Mundial, passou a pertencer à Croácia que, por sua vez, fazia parte do Reino da Sérvia, Croácia e Eslovênia, que acabou por resultar na Iugoslávia após a Segunda Guerra Mun­dial. Nos primeiros anos da década de 90 do século 20, Dubrovnik foi cercada pelos sérvios durante aproximadamente sete meses, com inúmeras baixas entre a população civil. A zona da Cidade Velha sofreu danos consideráveis, mas a sua reconstrução foi rápida. 

Mas chega de história. Afinal, quem vai contá-la ao visitante é a própria cidade, com seus monumentos, museus e a estonte­ante Cidade Velha. Quando se entra em Dubrovnikpelo portão de Pile, o turista encontra à sua frente o Stradun, onde está a Fonte de Onófrio, construída em 1438. À sua direita, está o Mosteiro Franciscano, que guarda no seu interior uma das mais antigas farmácias da Europa, em atividade desde 1391. No lado oposto do Stradun, fica a Coluna de Orlando, junto à Igreja de São Brás e à Praça de Sponza. Também se pode visitar o Palácio Rector, construído em 1441, agora transformado em museu municipal e onde ocorrem suntuosas e históricas exposições.

Do lado oposto do Palácio e através de uma rua estreita, desem­boca-se na praça Gunduliceva Poljana, local do mais animado mercado de Dubrovnik. Nessa mesma praça, está localizado um mosteiro jesuíta do século18, um bom ponto de partida para uma visita à Cidade Velha e às muralhas da cidade. Veja, na página seguinte, as principais atrações de Dubrovnik.

Pontos turísticos não faltam 

Stradun

O Stradun, também conhecido por Placa, estende-se desde o portão de Pile até o portão Gate. As lajes do pavimento foram colocadas em 1468. Num dos extremos (Pile), está situada a fonte de Onófrio, em oposição à coluna de Orlando, o local de encontro favorito dos habitantes locais.

As muralhas da cidade

Originalmente construídas no século 10, sofreram grandes obras de fortificação em 1453. Têm três metros de espessura na parte virada para o mar e seis metros do lado terrestre, com baluartes em cada um dos quatro cantos.

Palácio Sponza

Construído em 1522, sobreviveu ao terremoto de 1667. Ao longo dos séculos, o palácio tem uma grande variedade de usos, tendo sido, inclusive, o local onde se cunhavam as moedas da República de Ragusa. Atualmente, abriga os arquivos municipais e exposições temporárias durante o Festival de Verão. É também o local de exibição de uma exposição permanente dedicada aos defensores da cidade ao longo dos tempos, que inclui um memorial aos que perderam a vida na guerra entre 1991 e 1995, durante a Guerra dos Bálcãs.

Portão Pile

Desde o século 15, este portão é a entrada tradicional para a Cidade Velha. O local con­ta com uma estátua de São Brás, o patrono da cidade.

Grande Fonte de Onófrio

Originalmente construída em 1438 pelo arquiteto italiano OnofrioDella Cava, a fonte fi­cou bastante danificada durante o terremoto de 1667 e nas batalhas de 1992. A fonte fazia parte do sistema de abastecimento de água cons­truído no século 15 e que trazia água desde o rio Dubrovacka, a 12 quilômetros de distância, em um aqueduto.

Mosteiro franciscano

Inclui um claustro datado de 1360 e a fachada principal do mosteiro ficou destruí­da no terremoto de 1667, mas depois foi re­construída. O mosteiro contém aquela que é considerada a mais antiga farmácia da Europa, de 1316.

Igreja de São Brás

Uma igreja barroca, construída entre 1705 e 1717, onde figura uma estátua prateada do patrono no altar, segurando uma maquete da cidade. Todos os anos, durante o Festival de São Brás, a estátua é trazida para o exterior, onde pode ser apreciada por todos os habitantes. Os vitrais da igreja são relativamente recentes, pois foram colocados na década de 1970.

Catedral

A atual catedral foi erguida em 1673, segundo um projeto do arquiteto italiano Andrea Buffalini, em substituição à anterior, datada do século 17, destruída durante o terremoto. Na atual, está patente um políptico magnífico do célebre pintor italiano Ticiano, A Assunção de Nossa Senhora. Na catedral estão expostas as relíquias de São Brás, que incluem o crânio do santo, encimado por uma coroa cravejada de pedras preciosas. Durante outro terremoto, em 1979, ficaram expostas algumas valas de dragagem atrás da catedral e as escavações deixaram à mostra uma catedral no estilo romano. Trabalhos posteriores revelaram ainda outra igreja abaixo desta, datada do século 6.

Museu 5D

Se o turista pretende ver algo mais moderno do que os monumentos históricos de Dubrovnik, ele precisa visitar o Museu 5D, para ter uma experiência absolutamente diferente da cidade. Este museu dá aos visitantes a oportunidade de aprender mais sobre Dubrovnik utilizando a mais recente tecnologia – 5D, re­alidade virtual e projeção de hologramas. O museu está localizado no Convento de Santa Clara, junto ao Portão Pile.

Onde comer 

A cozinha croata tem uma grande influência de outros países do litoral mediterrâneo, como a Itália, a Espanha, a Grécia, a Turquia… Sobretudo em zonas da costa, como Dubrovnik, onde o peixe fresco é um ingrediente de destaque. Mas um prato é onipresente: o peixe grelhado com acelga… Carne e peixe fresco, azeite, marisco, arroz, embutidos como linguiças e presuntos da Dalmácia ou da região da Ístria e, no que diz respeito a carnes, o cordeiro é parte importante da gastronomia de Dubrovnik.

A Costa da Dalmácia, região onde a cidade se localiza, de uma forma geral, conta com uma grande influência italiana, com inúmeras pizzarias, onde se pode saborear uma massa, ou os tradicionais bares de tapas e petiscos, chamados Konoba. Saborear um prato típico num restaurante de Dubrovnik é a melhor forma de co­nhecer mais sobre a gastronomia desta região. São muitos os restaurantes da cidade onde se desfruta, por exemplo, de um bom presunto da Dalmácia ou se encontra uma boa massa.

Ir a Dubrovnik, ou ao paraíso na Terra, co­mo dizia George Bernard Shaw, não é apenas um encontro com o Éden. É visitar um local barato, lindo, de pessoas receptivas, cheia de história e monumentos que levam o turista a uma viagem milenar. Lugar tranquilo, magnífico, e perfeito para quem quer cultura e arte. Afinal, quem precisa de Orlando, Miami, Du­bai ou Las Vegas? Só os tontos teleguiados… Ou os sacoleiros de plantão, deslumbrados com o que há de mais fútil. 

 

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