Elder Dorneles

Portadores de diabetes se queixam da ausência de insulina nos postos de saúde de Goiânia. Desde maio do ano passado, os pacientes passam pelo problema.  Um dos lugares carentes do medicamento é a farmácia de insumo especial da Vila Viana. Segundo a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a falta é em todo o País. Na capital, a escassez chega há dois meses e o motivo é em consequência ao atraso do fornecedor. A SMS assinou uma ordem de serviço na última segunda- feira (28) e em dez dias o problema estará resolvido. A SMS não soube informar de qual Estado é o fornecedor. O assessor também disse que em Goiânia as insulinas NPH e a Regular foram distribuídas nos Centros de Assistência Integral a Saúde (CAIS). 

A estudante, Tatiane Araújo, 23, está sem o medicamento há quatro meses. Ela usa a Lantus e Humolog, porém, a resposta do centro médico é que não o remédio não tem previsão de chegada. Ela conta que o atendimento não é bom. “Um descaso com quem precisa. O medicamento é de alto custo, o cidadão paga um imposto absurdo e o resultado é uma saúde precária sem retorno. Quando você vai questionar, não recebe informação devida e é tratado com indiferença”, desabafa. 

Além de se sentir insegura com a situação, a saída achada pela estudante é comprar.  Tatiane conta que deixa de adquirir outros produtos domésticos para poder comprar a insulina. “Eu aprendi a economizar em várias coisas, porque sei que o caso é uma prioridade, o valor do remédio e caro.”  relata. 

Cuidado 

Uma forma de controlar a diabete é a realização de exercícios físicos. O personal trainer, Eduardo Cury, 30, explica que a prática é de extrema importância, mas salienta que tal ação deve ser observada por um profissional devido às elevações e quedas da insulina sanguínea.  Segundo Cury, o exercício melhora a qualidade de vida do praticante, e ainda ajuda a reduzir a dosagem. “O insulino dependente precisa da prática de exercícios para ajudar a reduzir a resistência à insulina”, pondera. O personal diz que os resultados aparecem em poucas semanas mediante a dedicação do paciente. 

O bancário, João Virgílio Martins, 57, tem diabetes há cinco anos. Ele diz que sempre fez caminhada, porém, em janeiro  tem sido acompanhado por um professor de educação física. Não agravar a diabetes foi um dos motivos que o levou a fazer atividade física. “Com o uso do remédio a medição da glicose chegava 180, hoje, sem o uso de remédios, a medida chega a 100 e de presente perdi 12 quilos”,  gaba-se.

Vacinas

De acordo com a gerente de imunização da secretaria municipal de saúde (SMS), Grécia Carolina Pessoni, três tipos de vacinas estão faltando nos centros de saúde, Hepatite A- com três meses de atraso;  Rota vírus- que apresenta 20 dias.

Porém, o que mais preocupa é a Treta Viral, vacina que previne quatro tipos de doença como  a rubéola, caxumba, sarampo e catapora.

Grécia explica que o medicamento é de extrema importância e é aplicado em recém- nascidos de até 15 meses de idade. O atraso chega há 40 dias e sem previsão para saná-lo. “Já faz dois anos que passamos  pelo mesmo problema. Até segunda (28). estávamos sem Hepatite B e antitetânica, recebemo-nas e ontem já as distribuímos”. 

Outro problema relatado pela gerente é a quantidade. Ela conta que no interior do Estado a demanda é insuficiente, assim as vacinas acabam rápido, obrigando a migração da população para a Capital. “Vem muito paciente do interior, com isso não conseguimos atender as duas demandas”.

Em resposta, o Ministério Público (MP) que é o responsável pelo fornecimento informa que o problema está na produção. O laboratório Butantã, em São Paulo que produz as vacinas está a mais de um ano em reforma, com isso eles diminuíram a produção.  Para solucionar o problema o SMS prioriza os casos mais graves.