José Abrão

A Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) da UFG realiza, em parceria com o Sesc, a segunda edição do festival de dança Manga de Vento. Neste ano, o projeto cresce sobre o anterior com 13 espetáculos que preenchem a agenda cultural da cidade até novembro. O pontapé inicial da programação começa hoje (7) com o espetáculo Anatomia do Cavalo, performance solo do bailarino paulistano Marcos Moraes. De 45 minutos, é a primeira vez em que o solo é apresentado em Goiânia. Formado pelo Espacio de Desarrolo Armonico – Rio Abierto de Montevideo e integrante do grupo uruguaio Espacio de Dança Teatro por uma década, Moraes acumula ainda uma passagem como diretor pela Funarte em sua vasta carreira. 

O bailarino já esteve em Goiânia para se apresentar em outros projetos de dança da Emac e do produtor Kleber Damaso, responsável pelo Manga de Vento. A última vez foi no Conexão Samambaia de 2013, com apresentações e workshops na universidade. Além do seu solo, na mesma noite a cantora Bebel Roriz se apresenta no Edelweiss Café e Bar, às 22h, e, no dia seguinte, Moraes exibe o vídeo Sabroso no Centro Cultural Cora Coralina. “Vamos abrir este evento com o nosso solo e vamos exibir o vídeo Sabroso, ambos são resultados da Cozinha Performática, uma colaboração artística que fazemos em São Paulo”, conta Moraes.

Ele falou sobre o Anatomia do Cavalo: “Estamos com ele há dois anos, mas é um espetáculo que muda sempre com o tempo e também com o público. Há muita interação nele, então cada apresentação tem um novo sabor. Ele possui uma abordagem semi-informal em que, ao mesmo tempo em que ele é um espetáculo, ele possui um ambiente informal, como se recebesse a pessoa em casa”. Ele descreve a performance como sendo roteirizada e, ao mesmo tempo, aberta, dando espaço para improvisação de movimentos.

Além disso, Moraes explicou o nome do espetáculo: “O solo fala sobre episódios de histórias. De viagens. A ideia do cavalo tem a ver com o animal ter força e sensibilidade. Tem a ver com a liberdade, mas que é uma liberdade diferente da do pássaro, presa ao chão. Há a própria ideia do artista como um cavalo dado de presente à plateia. São várias ideias e nós jogamos com todas elas”.

Já o vídeo Sabroso é inteiramente filmado por uma câmera de alta velocidade, daquelas que permitem filmar coisas na já famosa super-câmera lenta. “Fizemos uma série de cenas e situações com as quais as pessoas podem se identificar artisticamente”, relata Moraes. Para o resto do ano, o Manga de Vento vai ter tudo, incluindo uma parceria com espetáculos de Bruxelas. 

Damaso destaca também a programação infantil: “Preparamos dois trabalhos para o público infantil, que são mais sensoriais, cheios de estímulo, mas que vão além disso. Temos o Buraco da Elizabeth Finger, que é cheio de objetos, e o da companhia belga Zoo, que trabalha com objetos infláveis e tem uma trilha sonora de sonatas executadas ao vivo”. O curador chama a atenção pela parceria com a Funarte, que ajudou a trazer dois espetáculos, Anatomia do Cavalo e Buraco, além do apoio do governo espanhol que ajudou na vinda da Cia Provisional e de Daniel Abreu. 

SERVIÇO

Espetáculo ‘Anatomia do Cavalo’ 

Local e horário: Teatro Sesc (Rua 15, esquina com Rua 19, Centro), 20 horas 

Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia-entrada), R$ 7  (conveniados) e R$ 5 (comerciários e dependentes com carteira do Sesc atualizada) 

7/4 – ‘Canções de Bebel’, às 22h, no Edelweiss Café e Bar (Rua R-2, nº 78, Setor Oeste, quase ao lado Hospital Urológico Alameda das Rosas)

8/4 – ‘Sabroso’ (vídeo projeção) e ‘No Refluxo Festival’, no Centro Cultural Cora Coralina (atrás do Teatro Goiânia, Rua 3, Centro)  

(Foto: Divulgação)