RHUDY CRYSTHIAN 

Cada vez mais os internautas dão preferência para a mobilidade e abrem mão de plataformas fixas como computadores e desktops. No Centro-Oeste o tombo foi de 11,04% no número de pessoas que acessaram internet pelo computador. Em contrapartida, a conexão via celular aumentou 31,3%. O acesso por meio de tablets e aparelhos de televisão também registraram variação positiva na região, 4,1% e 0,5%, respectivamente.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) em um suplemento especial especificamente dedicado ao tema. De acordo com os números, em Goiás 85,8% da população tinham telefone móvel celular para uso pessoal em 2014, o que corresponde a 4,8 milhões de goianos. 

Outros números também do IBGE confirmam essa realidade, em 2014 caiu pela primeira vez no País o número de computadores nas residências. A proporção de domicílios com computador fixo passou de 48,9% em 2013 para 48,5% em 2014. Em outro cruzamento de dados de 2013 para 2014, por exemplo, a proporção de pessoas que possuem apenas telefone celular em casa passou de 54% para 56,3%. 

Há quase um ano, o estudante Bruno Felipe, 21, está com notebook estragado. Desde então, quando precisa usar o equipamento para algum tipo de atividade mais extensa usa o das primas. Mas admite que prefere o celular. “O computador aqui em casa quase não ligamos”, garante. Ele vê essa migração de acesso como um ponto positivo e destaca a praticidade da plataforma móvel como um dos principais fatores que contribuem com essa mudança de comportamento do internauta. 

O estudante ressalta ainda a vantagem financeira pelo acesso da internet pelo celular. “Usar a internet pelo celular acaba sendo mais barato que ter de contratar um plano fixo. Os valores dos pacotes pelo celular são bem mais atrativos. Sem contar o fato de não ter de ficar para cima e para baixo carregando peso de um computador”, pontua.

Entre os principais tipos de acessos do Bruno pelo celular, ele destaca as redes sociais, aplicativos de bate-papo, bancos e sites diversos. O estudante também prefere usar o aparelho móvel para montar sua programação social do final de semana. 

Para o especialista em tecnologia da informação Flávio Lenio, a migração de plataforma de acesso da internet é uma tendência natural onde o usuário opta por alternativas mais práticas, baratas e dinâmicas de acesso. “Os celulares hoje estão tão modernos que mais parecem um minicomputador que cabe no bolso e dispensa a utilização de aparelhos fixos. Sem contar o preço atrativo”, destaca. 

Mais de 1 milhão pode ficar sem TV em GO 

 Se o sinal de TV analógico fosse desligado agora, mais de 1,332 milhão de lares goianos ficariam sem TV gratuita. Esse é o total de residências permanentes no Estado que ainda não possui antena parabólica, televisão por assinatura ou recepção do sinal da televisão digital aberta. Os dados são do Pnad, divulgados pelo IBGE.

A migração de sinal analógico para digital começou em Rio Verde, Sudoeste goiano, e deve ser concluída no País em 2018. Em 2014, havia no Estado 2,218 milhões de domicílios, dos quais 97,3% possuíam aparelho de TV. O total de domicílios com acesso ao serviço de televisão digital aberta apresentou crescimento de 12,1 pontos percentuais em 2014, atingindo só 39,2% dos domicílios com TV.

O Ministério das Comunicações publicou no início do ano um novo cronograma de transição do sinal de TV analógico para o digital. A portaria estabeleceu que Brasília seria a única capital que migraria totalmente para o sinal digital em 2016. No decorrer de 2017, Goiânia, Salvador, Recife e Fortaleza já teriam o sinal analógico extinto. Em 2018, a transição para o sinal de TV digital incluirá as capitais e outras principais cidades do Centro-Oeste e Norte.