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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Cidades

Escolas seguem com obras inacabadas

Pais, alunos e professores reclamam de obras não concluídas ou mal feitas que atrapalham aulas e fazem alunos a mudar de escolas

Postado em 20 de abril de 2016 por Sheyla Sousa

RHUDY CRYSTHIAN

Quadras descobertas, muros escorados e restos de materiais de construção são uma ponta do problema que obras inacabadas ou mal projetadas causam nas escolas municipais de Goiânia. Resultado são recursos desperdiçados, alunos desmotivados e desanimados e pais enfurecidos a ponto de tirarem os filhos da escola em busca de uma estrutura menos caótica. 

Com duas filhas em idade de ensino fundamental, a costureira Daniele Sousa Silva tem que ver as gêmeas chegarem com queimaduras de sol em casa, sujas ou molhadas da chuva quando é dia de aula de educação física. Isso porque a quadra para a prática de esportes da Escola Municipal Jaime Câmara, no Jardim Europa, está há mais de 13 anos sem cobertura. 

O espaço conta somente com um piso de cimento improvisado e uma estrutura de alambrado sem qualquer condições das crianças praticarem algum tipo de atividade física. “Eu cheguei a tirar uma outra filha de sete anos da escola e levá-la para outra unidade, porque não tinha condições de deixar minha filha participar de aulas de ginástica ao relento”, garante a mãe indignada. 

De acordo com um funcionário da escola, que preferiu não se identificar, a promessa por parte da prefeitura para a conclusão da obra já vem de cinco gestões de diretorias passadas. Segundo outros pais de alunos, a quadra conta apenas com uma pequena mureta de contenção para evitar que a chuva leve areia e terra para dentro do espaço. Segundo fontes, crianças já se machucaram na quadra por falta de condições de funcionamento adequado. 

Por problemas estruturais a escola é alvo de bandidos que chegam a aliciar os pequenos na entrada do colégio. Em outra escola, no Residencial Conjunto Aruanã I, pais reclamam que os muros e uma quadra de esporte estão escorados por vigas de madeira improvisadas para evitar que a estrutura desabe. Mas a direção da escola nega o problema, mesmo os pais apresentando fotos do local. 

Na Escola Municipal Osterno Potenciano e Silva no setor Castelo Branco, o problema é com a central de gás. A escola tem capacidade para uma central de 13 quilos. O necessário e cobrado pelo Corpo de Bombeiros é uma capacidade para 45 quilos. Sempre que a escola e vistoriada ganha uma notificação. 

Animais

Já na Escola Municipal Laurício Pedro Rasmussen, no Bairro Feliz, existe uma quadra pronta e coberta, porém, a obra foi muito criticada por professores, pois segundo eles, foi mal feita e apresenta risco de saúde para as crianças. O local foi construído com uma estrutura de vãos no teto, o que se tornou local de moradia de aves transmissoras de doenças. “Temos que conviver com dejetos de pombos diariamente”, conta uma professora do local.

No início do ano passado, os professores fizeram um comunicado avisando Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME) sobre os riscos que as crianças corriam e cobravam a cobertura dos vãos com telas ou grades para evitar o pouso dos bichos. Quase um ano depois a demanda foi parcialmente atendida, mas de maneira precária e insuficiente. 

A SME informa que o projeto de cobertura da quadra da E.M Jaime Câmara foi enviado e está em fase de aprovação pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e assim que for liberado, o processo será encaminhado à Secretaria de Administração (SEMAD) para o início do procedimento licitatório.

Quanto a E.M. Osterno Potenciano e Silva e a E.M Rasmussem a SME informa que as instituições são orientadas para que utilizem a verba do Programa de Autonomia Financeira da Instituição Educacional (PAFIE), que já foi repassada, para adequações na central de gás e também nas quadras, com medidas de proteção com telas contra pombos.

Em relação à E.M Silene de Andrade, a reforma do muro está prevista no planejamento orçamentário ainda para este ano. A Rede Municipal de Educação de Goiânia é formada por 136 Cmeis, 172 escolas e 52 unidades conveniadas. Total 360 unidades. A Secretaria não consegue especificar a quantidade de escolas em Goiânia que estão com obras inacabadas, nem o valor do montante necessário. Segundo a assessoria de imprensa, para o levantamento dos dados seria necessário um prazo que não poderia ser cumprido unicamente na tarde de ontem. 

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