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sábado, 23 de novembro de 2024
Esportes

Pouca paciência, muita mudança

Wagner Lopes é demitido do Atlético e lista de treinadores dispensados cresce a cada ano

Postado em 26 de abril de 2016 por Sheyla Sousa
Pouca paciência
Wagner Lopes é demitido do Atlético e lista de treinadores dispensados cresce a cada ano

FELIPE BONFIM

De cabeça, é difícil lembrar quem foi o último treinador a completar um ano à frente do Atlético.Mauro Fernandes, que comandou o rubro-negro entre maio de 2008 e setembro de 2009, foi quem permaneceu à frente da equipe campineira por período maior que 12 meses. De lá para cá, nenhum outro técnico completou “aniversário” no Dragão e Wagner Lopes, demitido na manhã de ontem, não será o próximo a conquistar o feito.

Em sua segunda passagem pelo clube, Wagner participou de 18 jogos e colecionou nove vitórias, quatro empates e cinco derrotas, resultando em um aproveitamento de 57%. A eliminação precoce ainda na primeira fase da Copa do Brasil – caiu diante do Ypiranga-RS, em pleno Estádio Serra Dourada –, e a desclassificação no Campeonato Goiano após derrota para o Anápolis, no último sábado, foram fundamentais para a demissão do treinador.

Daquele setembro em 2009, após a saída de Mauro, até ontem, quando Wagner deixou o Atlético, 15 nomes diferentes estiveram à frente do rubro-negro, alguns deles por mais de uma vez e outros interinamente. Contando apenas os efetivados, foram 23 trocas de comando em menos de oito anos, média de mais de três treinadores por temporada.

E a “tradição” de não ter muita paciência com técnicos não irá mudar, pelo menos é o que garante o diretor de futebol, Adson Batista. Conhecido tanto pela boa avaliação no momento de “garimpar” talentos desconhecidos no futebol nacional, quanto pelas declarações polêmicas, principalmente após derrotas, o dirigente desabafou.

Irritado com os questionamentos quanto ao grande número de mudanças de treinadores no Dragão, Adson assumiu erros, mas avisou que irá promover mudanças sempre que julgar necessário.

“Eu sempre serei cobrado e sou cobrado por ser uma referência. Eu absorvo vários espaços vazios no clube e sei que tenho meu valor. Eu vou trocar (de treinador) sempre que entender que temos problemas profundos, como de filosofia. O Wagner (Lopes) tem um grande caráter, então é uma situação chata, pois ficamos reféns de certas situações”, disse.

Sobre uma possível mudança na diretoria de futebol, Adson se colocou aberto à qualquer decisão do presidente executivo, Maurício Sampaio, mas salientou que não pode ser o único responsável pelo mau momento que atravessa o clube.

“Se alguém quer a minha saída tem que partir de cima. Eu sou o único culpado? O sucesso é de todos, mas o insucesso é só meu? Se alguém achar que eu sou um mal para o clube, só chegar e falar. Estou tranquilo, pois esse momento vai passar. Ninguém sofreu mais que eu esses dias pelas desclassificações”, concluiu.

Agora, o dirigente se concentra em encontrar o técnico ideal para dirigir o time no Campeonato Brasileiro da Série B. A estreia na competição nacional acontece no dia 14 de maio, contra o Oeste-SP, fora de casa.  

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