‘Depois do Amor’ chega a Goiânia
Escrita por Fernando Duarte, a peça trata dos dramas da atriz Marilyn Monroe e a amiga Margot Taylor
Elisama Ximenes
A última peça dirigida por Marília Pêra, Depois do Amor – Um Encontro com Marilyn Monroe faz homenagem aos 90 anos da atriz hollywoodiana. O espetáculo é protagonizado por Danielle Winits e Maria Eduarda de Carvalho e estreia hoje, às 20 horas, no Teatro Sesi, em Goiânia. O texto é de Fernando Duarte, que quis mostrar um lado desconhecido do mito Marilyn Monroe.
O enredo gira em torno dos conflitos entre Marilyn Monroe e Margot Taylor. A última foi namorada de Joe DiMaggio, que depois casou-se com Marilyn. Joe e a atriz ficaram casados por nove meses. Dez anos depois, a vida se encarregou de colocar as duas frente a frente para um acerto de contas. “A peça fala sobre o universo feminino através de um olhar masculino”, explicou a intérprete Danielle Winits.
Segundo Fernando Duarte, a intenção da peça é mostrar o lado romântico da hollywoodiana. “Marilyn e Margot são perfis antagônicos e complementares. A primeira era moderna, à frente do seu tempo, e tinha um lado extremamente romântico”, explicou. Danielle Winits conta que, apesar de a peça ser sobre uma mulher considerada sex appeal, os únicos momentos sensuais são quando ela troca de roupa em cena.
Maria Eduarda de Carvalho interpreta Margot, que é considerada uma mulher comum quando comparada à protagonista. “Marilyn e Margot são mulheres com personalidades diferentes, mas com muita coisa em comum”, destacou Daniele Winits. A atriz contou que no primeiro dia de ensaio, Marília Pêra falou para ela: “Temos que desconstruir o mito. Nossa Marilyn está em casa. Vamos pensar na mulher por trás do mito”.
Marília Pêra
O projeto marca mais uma parceria entre o autor Fernando Duarte e Marília Pêra. Eles se conheceram nos bastidores de um teatro quando Fernando era contrarregra e camareiro e trabalhou em um espetáculo dirigido por Marília. Alguns anos depois, em 2013, a atriz dirigiu um texto do autor, intitulado Callas em homenagem aos 90 anos de Maria Callas.
A diretora morreu no dia 5 de dezembro, quando a peça estreava no Teatro Amazonas, em Manaus. “Trabalhar com Marília mudava a vida de todos. Ela era uma mestra. Uma combinação de talento, genialidade, rigor e disciplina”, declarou o escritor. Para Danielle, ser dirigida por Pêra foi a realização de um sonho antigo. “Fechou-se um ciclo com a partida da Marília. Era uma operária da arte. Teatro era mesmo o seu território sagrado”, homenageou.
Sobre a interpretação, Danielle conta que foi interessante descobrir o outro lado de Marilyn. “É uma interpretação muito emotiva, densa, repleta de sutilezas, li muito, assisti a todos os filmes e li seus diários que foram publicados”, conta. Para o escritor Fernando Duarte, a peça vai além de uma biografia, “é sobre duas mulheres que lutam pelos seus direitos”. Margot, enquanto mulher sujeita aos padrões “bela, recatada e do lar” e Marilyn, enquanto atriz em busca de reconhecimento e afirmação por seu trabalho.