Dia das mães em ritmo de vacas magras
A queda de vendas prevista para o dia das mães desse sábado é 4,1%, a maior dos últimos 12 anos
Mardem Costa Jr.
O Dia das Mães poderá ser o mais magro dos últimos 12 anos, com queda de 4,1% das vendas, é o que afirma a análise da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No delicado contexto, comprar o presente para a mamãe sem comprometer o orçamento é um desafio para pais e filhos. Com o objetivo de mensurar e dar uma base para o consumidor, o Procon Goiás divulgou ontem a tradicional pesquisa de preços sugestivos, onde foram avaliados mais de 40 produtos típicos do dia das mães em 20 estabelecimentos de Goiânia, entre lojas de rua e shoppings centers.
O levantamento aponta que os preços dos produtos sofreram reajustes de até 34% em relação ao ano passado e há uma variação de preços de até 133% entre os locais pesquisados. A cesta de café da manhã, por exemplo, pode ser encontrada de R$ 120 a R$ 300, de acordo com o tamanho e as opções de alimentos. As flores, por sua vez, variam de acordo com o tipo, o arranjo e a nacionalidade, com valores entre R$ 30 a R$ 200. Perfumes importados e eletrodomésticos podem apresentar variação de mais de cem reais.
Para o gerente de pesquisa e cálculo do Procon, Gleidson Tomaz, a boa e velha pesquisa de preços ainda é a melhor alternativa para economizar. “É recomendável ao consumidor ter paciência para pesquisar um mesmo produto em lojas diferentes, evitando a compra por impulso ou emoção”, avaliou. Tomaz também recomenda resistir à preguiça e evitar adquirir o presente numa primeira loja, pois alguns comerciantes apostam na falta de tempo e de interesse das pessoas para assegurar uma lucratividade elevada.
Cautela
A inflação e as incertezas econômicas e profissionais também minam a confiança do consumidor. O administrador Bruno Costa, 26, não quer deixar de presentear sua mãe, mas pretende avaliar a compra com muita cautela. “Tenho evitado ao máximo gastar, pois não sei se terei emprego e quanto menos dívidas tiver, melhor”, afirmou.
O economista Pedro Martins recomenda ao consumidor o planejamento da compra, estabelecendo um valor prévio de compra e evitando ao máximo a utilização de cheques e cartões de crédito. “O Dia das Mães é uma data sazonal. O comércio sabe disso e utiliza o apelo emocional da data para praticar preços além do razoável”, assinalou. Martins também recomenda evitar comprar o presente de última hora, especialmente nos shoppings.
Foto: reprodução