Mardem Costa Jr. 

A Secretaria de Meio Ambiente de Aparecida de Goiânia (Semma) deflagra, desde ontem (10), a Operação Reciclagem, que visa fiscalizar todos os ferros velhos e reciclagens da cidade. Somente no primeiro dia foram vistoriados dez espaços. Destes, dois foram interditados e oito notificados a sanar as pendências num prazo de até oito dias após a notificação. Para auxiliar a iniciativa, a Secretaria de Saúde enviou uma lista com 57 prováveis comércios de materiais recicláveis em situação irregular.

A ação foi empreendida após inúmeras denúncias dos moradores próximos aos estabelecimentos, que reclamam do acondicionamento inadequado dos materiais, o que transforma os locais de reciclagem em potenciais criadouros de mosquito da dengue e outros insetos.  Além da preocupação com a saúde pública, a Semma também verificou o uso do solo dos estabelecimentos e detectou irregularidades preocupantes.

De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente de Aparecida, Fábio Camargo, o município reconhece a importância econômica da atividade, desde que atuando dentro da lei. “Não queremos prejudicar o mercado da reciclagem, mas a fiscalização não pode ser omissa a qualquer tipo de irregularidade. 

Além da questão de saúde pública também preocupa-nos o acondicionamento irregular de resíduos que podem ocasionar a contaminação do solo por óleos e pelo chorume, causando dano ambiental”, pontua.

Controvérsias

Roberto (nome fictício), comerciante de peças automotivas, reclama da burocracia para se adequar às exigências da lei. “A prefeitura exige muito em pouco tempo e alguns fiscais abusam de sua autoridade, mas já foram muito piores em outras gestões. Há uma falta de diálogo conosco”, afirma. Por sua vez, Oveilton de Sousa, proprietário de uma mecânica e comprador avulso de autopeças considera importante a fiscalização. “Acho que tem de fiscalizar mesmo. Eu não tenho medo de fiscalização, justamente porque me esforço para estar em dia com as minhas obrigações. É um dever de todos está de acordo com a lei”, assinala.

O descarte irregular de lixo pode colocar a própria população em risco. No dia 9 de julho de 2013, um proprietário de ferro-velho encontrou um cabeçote de aparelho de raio-x odontológico. Na época a Defesa Civil e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) foram acionadas e a CNEN verificou a possibilidade dela conter algum tipo de material radioativo. O risco de radioatividade foi afastado, porém foi constatada a presença de um óleo tóxico, prejudicial ao solo e ao lençol freático.