Foodtrucks ganham as ruas e os goianienses
Segmento
oferece uma gastronomia simples, com toque gourmet e preços menores aos praticados nos restaurantes
MARDEM COSTA JR.
A tradução livre do nome pode não causar uma boa impressão inicial, mas a proposta de estilizar caminhões e transformá-los em vendas itinerantes de comidinhas ganhou as ruas mundo afora. Os foodtrucks, ou caminhões de comida, logo caíram no gosto do goianiense, sempre ávido por novidades.
A ideia é oferecer uma refeição rápida é simples, com um diferencial toque gourmet.As opções são variadas e enche os olhos. Os preços variam de R$ 15 e podem chegar até R$ 40, dependendo do prato. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os trabalhadores do ramo já representam, aproximadamente, 2% da população brasileira.
Inicialmente as opções de eventos do tipo eram esporádicas, quase sempre realizadas no Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON) aos finais de semana. A receptividade do público considerava a frequência insuficiente. Para preencher essa lacuna, um grupo de comerciantes resolveu organizar uma iniciativa fixa.
Feira
Com esse objetivo, a Goiânia FoodTruck começou a ser organizada no ano passado, fruto de um acordo entre a prefeitura e os comerciantes do segmento. A feira reúne 25 traillers, e acontece de terça à sexta, das 18h às 22, em locais espalhados pela cidade. De acordo Luiz Carlos Oliveira, porta-voz dos foodtruckers e proprietário da SaporeGelato, cerca de mil pessoas, em média, frequentam os eventos.
Cinthia Colombo, da Roda Gourmet, trouxe a experiência adquirida durante os anos que morou nos Estados Unidos e, juntamente com o marido, decidiu montar um trailer de comida mexicana. “Tinha vontade de ter o próprio negócio, e após um mês pesquisando e estudando o mercado, meu esposo encontrou uma van e a negociamos”, diz. A ideia de comida mexicana empolgou o casal, mas era motivo de preocupação. “Queríamos algo novo e assumimos os riscos, mas desde o primeiro dia, está dando muito certo”, afirma.
A comida e ambiente diferenciados chamaram a atenção da pedagoga Claudine Milani. “Tinha a curiosidade de conhecer a feira e, juntamente com amigos, comecei a frequentar o evento há três meses.”, assinala. A mesma visão é corroborada pela comerciante Valéria Sousa, que acha a ideia interessante, mas com um preço salgado. “O valor das comidas poderia das mais em conta, apesar da comida ser diferenciada”, finaliza.
Origem
Apesar de ser atualmente uma das engrenagens da economia criativa pós-século XXI, o foodtruck não é uma invenção recente. No ano de 1872, o americano Walter Scott vendia tortas e sanduíches em um carrinho, para os trabalhadores das fábricas da cidade de Providence (EUA).
O pulo do gato ocorreu durante crise econômica de 2008. Chefs falidos e desesperados viram, na modalidade, uma forma de se reinventarem. Pesou a favor o baixo investimento necessário para a viabilização de um foodtruck, que varia entre R$ 10 mil a R$ 250 mil, dependendo da configuração escolhida. O público, por sua vez, enxergou a oportunidade de uma comida melhor elaborada a preços menores aos praticados nos estabelecimentos tradicionais.
Legislação
Visando normatizar a atividade, o vereador Paulo Magalhães (PSD) propôs um projeto de lei (PL) específico ao segmento. Segundo a PL, os proprietários de caminhões deverão requerer alvará de licença, obedecer a uma série de critérios acerca do acondicionamento dos alimentos e, ainda, cuidar da limpeza ao redor de onde estiver instalado. A proposta deve ser votada na semana que vem, segundo Magalhães, que aguarda a devolução do pedido de vistas feito pelo petista Carlos Soares.
OUTRO LADO
Procurada pelo O HOJE, a Abrasel esclarece que não tem resistência aos foodtrucks, mas que exige que estes possuam a mesma regulamentação e deveres impostos aos donos de bares e restaurantes. Por sua vez, até o fechamento da matéria, não foram localizados os representantes do Sindicato dos Proprietários de Pit Dog em Goiânia.