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sábado, 23 de novembro de 2024
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FLORES

Piracanjubense gosta é de orquídea

A 35ª Exposição Nacional de Orquídeas de Piracanjuba começa hoje (19) e termina no dia 22 de maio

Postado em 20 de maio de 2016 por Sheyla Sousa
Piracanjubense  gosta é de orquídea
A 35ª Exposição Nacional de Orquídeas de Piracanjuba começa hoje (19) e termina no dia 22 de maio

Elisama Ximenes

Cuidar de orquídeas é mais que coisa de colecionador, é paixão, já dizia o orquidófilo seu Sebastião Aparecido da Silva. Os organizadores da 35ª edição da Exposição Nacional de Orquídeas de Piracanjuba concordam com o piracanjubense. O evento, que mobiliza toda a cidade, começa hoje e conta com muita flor, shows culturais e gente de Goiânia chegando de bicicleta. Mais de 20 mil plantas floridas colorem o Palácio das Orquídeas de Piracanjuba. A primeira edição do evento foi em 1976 e tornou-se tradição da cidade goiana. 

São 20 anos desde a primeira vez em que seu Sebastião participou da exposição. A relação de afeto pelas orquídeas levou o orquidófilo a participar dos concursos tradicionais de Piracanjuba. Hoje, o colecionador só quer aproveitar o evento e vislumbrar as cores e os cheiros da diversidade de flores expostas. No entanto o concurso permanece. O presidente da Associação Piracanjubense de Orquidófilos (APO), Randolfo Ferreira Júnior, explicou que são sete categorias. Portanto os sete vencedores preenchem o pódio da exposição, que segue até o próximo dia 22 de maio.

Segundo Júnior, cerca de 8 mil pessoas devem transitar pela exposição por dia. O presidente afirma, ainda, que as vagas nos hoteis chegam a ser concorridas. Existem visitantes que, na falta de lugar para se hospedar, chegam a ficar em Caldas Novas, que fica a pouco mais de uma hora de distância de Piracanjuba. A exposição, de acordo com o presidente da APO, é um evento que mobiliza a cidade de mais de 24 mil habitantes, além de ajudar na arrecadação do município, no turismo e na preservação do meio ambiente.

As orquídeas da cidade goiana ganharam destaque nacional. Neste ano, 48 cidades devem participar da exposição. Mas Randolfo Pereira Júnior conta que Piracanjuba já sediou edições internacionais – uma em 2006 e outra em 2008. Mas, quando houve a primeira exposição, nem se imaginava que ganharia tal proporção. Cuidar de orquídeas é traição piracanjubense que passa de pai pra filho. A primeira exposição foi feita no porão de uma igreja, apenas com gente do município. Daí em diante, a visibilidade aumentava conforme os anos se passavam. Hoje, Piracanjuba conta com uma exposição de tamanha proporção e importância, que envolve mais do que a mostra de flores. 

Vai ter gente saindo de Goiânia de bicicleta para prestigiar o evento. Paralelo e perpendicular à exposição, a 9ª Pedalada das Orquídeas organiza um trajeto, por terra, da Capital do Estado à capital das orquídeas. De acordo com o organizador, Wagner Freire, são 100 km por terra entre uma cidade e outra. Os bicicleteiros devem se encontrar no bairro Parque das Laranjeiras, às 5h da manhã de amanhã (21), para tomar café e iniciar a viagem. O trajeto conta ainda com três paradas para hidratação e alimentação. O almoço está marcado para as 14h, quando os viajantes chegam à cidade. Segundo Wagner, 369 pessoas estão confirmadas, fora organizadores e equipe de apoio  que conta com mecânicos e bombeiros. 

Os participantes devem retirar seu kit no recém-inaugurado Shopping Cerrado, hoje ainda. O evento disponibiliza uniforme, que inclui uniforme e meia personalizadas. Wagner conta que, nove anos atrás, o percurso de bicicleta era coisa de amigo. “Eu tinha um amigo, lá em Piracanjuba, e a gente decidiu fazer o trajeto; fomos em cerca de 30 pessoas”, relata. Tal como a exposição, a pedalada das orquídeas também virou tradição.

Durante os três dias da exposição, moradores e visitantes contam, ainda, com shows e apresentações culturais. Hoje, na abertura, é dia de João Bosco & Vinicius. A dupla sertaneja, que se conheceu em Mato Grosso do Sul, leva suas músicas de sucesso à capital goiana das orquídeas. Sandro & Kauã, Guto & Léo e Wagner &Luciano são as duplas que ocupam o palco da exposição amanhã. Kleo Dibah & Rafael encerram o último dia do evento. “Com relação à exposição, não tem como a gente fazer muitas previsões, é sempre uma caixinha de surpresas”, declara o presidente da APO.

Cultivar

Como colecionador, Sebastião Aparecido conta que a escolha da flor é pela sua raridade. “As orquídeas são bem diversas, tem albas, semialbas (dentre outras) e a própria natureza vai modificando, é sempre um prazer cultivar a orquídea”, declara. Para o concurso, ele conta que sempre leva a melhor planta, mas, neste ano, em específico, ele não irá competir. “Estou muito cansado, acabou aquela vontade de ganhar da juventude. Hoje, eu quero participar mais pelo prazer de ver e cultivar essas flores”, justifica o orquidófilo, embora reitere que sempre, mesmo com a competição, a razão maior de participar do evento é a paixão pelas plantas.

“Vira quase que uma filha da gente”, compara Sebastião, quando diz dos cuidados que tem com cada muda. “Eu jogo água cedinho e à tardezinha, tem que prestar atenção porque, se enfiar o dedo no vaso e estiver seco, a planta não aguenta, não é só molhar por cima, tem que se certificar de que o adubo está úmido”, ensina o cultivador. Seu Sebastião faz questão de destacar que a orquídea não aceita, mas é de jeito nenhum água empoçada. 

“Eu gosto de usar mais o adubo orgânico, mas às vezes é preciso usar o adubo de manutenção”, expica Sebastião, que afirma existirem dois tipos de adubo: um deles é o de manutenção, que serve para quando não se sabe o tempo de floração da planta. “Tem ainda o de crescimento, que é para as plantas que estão começando, aí precisa de muito nitrogênio”, conta. Se deixar, o piracanjubense dá uma aula de cultivo pelo telefone mesmo. A paixão é tanta, que virou coisa de família. A esposa e os filhos também estão envolvidos nos cuidados com as orquídeas, garante, “mas quem gosta mais mesmo é o filho homem”, conta. Apesar de não mais competir, o colecionador leva consigo a relação de afeto pelas flores, seja em casa, seja na exposição. 

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