‘Aquarius’ sai de Cannes aclamado, mas sem prêmios
O Brasil chegou perto, mas 2016 não será lembrado como o ano em que uma produção do País voltou de Cannes com um de seus principais prêmios
JÚNIOR BUENO
O Brasil chegou perto, mas 2016 não será lembrado como o ano em que uma produção do País voltou de Cannes com um de seus principais prêmios. O filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, apesar de aclamado pela crítica internacional em sua estreia no festival, saiu sem nenhum honraria da cerimônia de premiação no último domigo (22). O grande prêmio do Festival de Cannes foi para o drama britânico I, Daniel Blake, de Ken Loach. O longa conta a história de um operário doente que não consegue receber seu seguro-desemprego devido à burocracia no Reino Unido. Essa é a segunda vez que o cineasta vence a Palma de Ouro. A primeira foi há dez anos, com Ventos da Liberdade.
Cotada para a Palma de Melhor Atriz, Sonia Braga foi desbancada pela filipina Jaclyn Jose, protagonista do drama Ma’Rosa, que retrata a trajetória de uma mãe que vende drogas para sustentar os filhos e acaba indo presa. Em sua página oficial no Facebook, o diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho não lamentou a saída do festival sem prêmios. “Fica uma experiência intensa de repercussão, imprensa espetacular, discussão emotiva e política em torno do filme e do Brasil, do amor e da história”, escreveu.
O Brasil pode não ter levado nenhum dos principais prêmios, mas não saiu do 69º Festival de Cannes com as mãos abanando. O curta-metragem A Moça que Dançou com o Diabo, de João Paulo Miranda Maria, recebeu menção especial na categoria. E, no sábado (21), o documentário Cinema Novo, de Eryk Rocha, ganhou o prêmio Olho de Ouro – direcionado a obras documentais. O filme aborda o famoso movimento cinematográfico surgido no Brasil, nos anos 1960, e traz depoimentos de Cacá Diegues, Ruy Guerra e Nelson Pereira dos Santos – entre outras personalidades responsáveis pelo movimento.