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sexta-feira, 29 de novembro de 2024
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Infraestrutura

Praça do Trabalhador em estado de abandono

Importante espaço de mobilização popular, local enfrenta decadência e falta de interesse das autoridades

Postado em 25 de maio de 2016 por Sheyla Sousa
Praça do Trabalhador em estado de abandono
Importante espaço de mobilização popular

Da redação 

Em tempos pretéritos, a Praça do Trabalhador foi um importante ponto de mobilização popular. O local, que já se chamou Praça Americano do Brasil e abriga a antiga estação de trem, era a primeira parada de quem vinha de outras partes de Goiás ou do país. Hoje, quem visita a região fica assustado com o que vê, pois o ambiente em si indica de forma irrefutável o quão degradado está o espaço.

Ao adentrar à praça, o cenário é de abandono. Calçadas quebradas, jardinagem sem cuidados e um forte cheiro de urina. Já no prédio da antiga Estação Ferroviária de Goiânia, concebido dentro da arquitetura Art Déco, a pintura descascada da fachada já é um triste cartão de visitas. A simbólica Maria-Fumaça, dos tempos da finada Estrada de Ferro Goyaz, não foi poupada. Ao aproximar-se dela, é possível sentir um forte e insuportável odor de fezes. 

A presença de moradores de rua é constante, segundo o relato do autônomo João Cândido, 67, morador de um pensionato próximo. “De dia, eles até ficam quietos, mas à noite eu nem passo por aqui. Volta e meia fico sabendo de brigas entre eles. Só lamento a sensação de insegurança que fica”, lamenta.

Requalificação

Em setembro do ano passado um grupo de empresários da região apresentou e doou um projeto de requalificação da área, assinado pelo arquiteto Jesus Cheregati. Uma das polêmicas levantadas por arquitetos e urbanistas era o plano de construção de um estacionamento para 1.300 veículos e ônibus. Atualmente, a proposta tramita na Câmara Municipal.

Outro lado

Não foi possível contato com a Prefeitura de Goiânia sobre a atual situação da praça e o projeto apresentado por empresários. O mesmo vale para a Polícia Militar (PM), sobre a segurança do local. O espaço está à disposição aos esclarecimentos pertinentes.

Monumento

O governador Marconi Perillo (PSDB) se comprometeu, no último dia 10, a disponibilizar R$ 1 milhão para a reconstrução do Monumento do Trabalhador, construção que ficava em frente à antiga estação ferroviária. Inaugurada em 1959, a obra era composta por dois painéis de 1,5 metro de altura por 12 metros de comprimento cada e foi depredada dez anos depois, por pessoas supostamente ligadas ao Comando de Caça aos Comunistas. 

Ao que parece, a simbologia dela incomodava os militares de plantão, que habitaram o poder por 21 anos (1964-1985). Depois de anos em ruínas, um triste fim: a instalação foi demolida no mandato-tampão de Joaquim Roriz (1987-1988), interventor em Goiânia por determinação do então governador Henrique Santillo (1937-2002). A justificativa era abrir espaço para o prolongamento da Avenida Goiás. 

Líder do movimento que pedia a volta da escultura, o professor de Ciência Política da Universidade Federal de Goiás (UFG) Pedro Célio comemora a iniciativa. “Era tudo o que queríamos, e estamos satisfeitos com a sensibilidade do governador em abraçar a nossa causa. A volta do monumento é um resgate importante da história da cidade, e lutamos muito para isso, envolvendo escolas, faculdades, segmentos culturais e pesquisadores”, pontua. 

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