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sexta-feira, 29 de novembro de 2024
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Cidades

Novos desafios para a Campanha Contra o Cerol

Linha indonésia, uma fibra de vidro, chega a Goiânia e é mais perigosa que a chilena

Postado em 31 de maio de 2016 por Sheyla Sousa
Novos desafios para a Campanha Contra o Cerol
Linha indonésia

Karla Araujo 

Uma linha de fibra de vidro fabricada na Indonésia é o novo desafio na prevenção a mortes e ferimentos causados por fios caídos em ruas e avenidas de Goiânia, usados na brincadeira com pipas. O material torna-se uma ameaça para ciclistas e motociclistas, pois o material torna-se de difícil identificação em meio à paisagem urbana. Quatro carretéis da linha já foram apreendidos na Capital pela Guarda Civil Metropolitana (GCM).

“Qualquer fio que entra em contato com rosto ou pescoço de uma pessoa em alta velocidade causa ferimentos. Essas linhas fabricadas com a finalidade de romper outras provocam dano mais rápido e feridas mais graves”, explica o subcomandante da GCM, Vladimir Passos. Com a proximidade das férias escolares, diz Passos, a incidência de acidentes com o material é maior. 

Para combater o uso das linhas chilena, indonésia e com cerol na brincadeira com pipas, a Prefeitura de Goiânia lança na próxima semana a Campanha Contra o Cerol 2016. As secretarias municipais de Educação, Turismo, Trânsito e Assistência Social e a GCM estarão envolvidas na ação, que acontece pelo sétimo ano consecutivo. Em 2015, a GCM registrou 200 denúncias pelo telefone 156. Foram apreendidos mais de 50 carretéis de linhas chilenas.

Campanha

O lançamento da ação desse ano será feito na Escola Municipal João Alves de Queiroz, no Setor Eli Forte. O projeto começará mais uma vez com conscientização das crianças, por meio de oficinas e palestras nas escolas. “Em paralelo, a GCM investirá na repressão à venda do material. As linhas são ofertadas em páginas de redes sociais. Também é comum encontrarmos pessoas que vendem pipas oferecendo as linhas proibidas”, explica Passos.

A Lei 8832/2009 proíbe “a comercialização e o uso do cerol no Município de Goiânia”. Para estabelecimentos que comercializam o material, a norma prevê advertência, com prazo de 10 dias para regularização. Caso o comércio do produto continuar, multa de R$ 1.500 é aplicada. Passos afirma que o objetivo da campanha não é proibir a brincadeira com pipas, mas incentivá-la “em local adequado e com linha de algodão, que é o material correto”.  

Linha com cerol faz primeira vítima grave em 2016

O vigilante Patrício do Carmo Cardoso, 31, sofreu acidente com linha com cerol no sábado (28). Ele passava de motocicleta por uma avenida dentro do Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG) quando teve o pescoço cortado. Ele afirma que havia muitas pessoas soltando pipas próximo ao local. 

“Quando percebi o que tinha acontecido, tirei a linha e fui para a casa da minha irmã, que estava a cerca de 3 km”, conta Patrício. O vigilante foi levado pelo cunhado ao Cais Vila Nova e levou 12 pontos no pescoço. “Tive sorte porque a linha tinha pouco cerol e o corte foi superficial”, diz. 

Um homem foi preso também no sábado (28) suspeito de comercializar linhas chilenas. Após denúncia, uma equipe da Polícia Militar (PM) deslocou-se para a Rua TV-06, no Bairro Goiá, em Goiânia. Erick Francys de Souza Lagares foi preso e autuado no Artigo 7º, inciso 9º da Lei 8137/90, que caracteriza crime contra as relações de consumo ter em depósito para vender matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo. De acordo com a PM, na residência do suspeito foram encontrados carretéis com linha chilena, colas, pipas e duas máquinas de enrolar bobinas de linhas.

 

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