Caso Deise: 12 indiciados por morte de agrônomo
Antônio David dos Santos Filho, 40, foi morto por asfixia dentro de uma das celas da CPP, em Aparecida de Goiânia
Ingrid Reis
O Grupo de Investigação de Homicídios de Aparecida de Goiânia divulgou ontem (7) a conclusão do Inquérito que apurou a morte do engenheiro agrônomo, Antônio David dos Santos Filho, 40, indiciado no dia 8 de março pelo homicídio Deise Faria Ferreira. Segundo o delegado responsável pelo caso, Anderson Pimentel, 12 pessoas foram indiciadas, um como mandante e 11 por execução. A pena para o crime varia de 12 à 30 anos.
Antônio foi morto no dia 9 de março às 22h na ala B na cela 4 do Centro de Triagem da Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia. A causa da morte foi asfixia e ferimentos devido às lesões corporais.
Motivação
De acordo com o inquérito, os reeducandos da CPP descobriram, por meio de conversas, que Antônio havia sido indiciado pelo homicídio de Deise, e a partir disso começaram a pressioná-lo para falar sobre o crime. Antônio teria evitado o assunto e começou a conversar sobre o Daime e sobre a doutrina.
Depois disso, os reeducandos teriam então se irritado e um detento de uma cela vizinha, identificado como Iago, passou um bilhete para dois líderes da cela onde estava Antônio, identificados como Maike Douglas e Richarlysson, para que estes arrancassem a confissão de Antônio sobre onde o corpo de Deise foi enterrado e depois queimassem o bilhete. “A ordem de Iago era para que os detentos arrancassem a qualquer custo a confissão de Antônio”, explicou Anderson Pimentel.
Quando Antônio estava na beliche os detentos o amordaçaram, prenderam seus pulsos e o tornozelo direito. Depois disso, os detentos o asfixiaram e, instigado por Iago, deram socos e pontapés.
Sindicância
Ainda de acordo com o delegado, será instaurado uma sindicância na Agência Prisional para averiguar porque Antônio não foi levado para uma cela separada de outros detentos. O objetivo é saber o porquê aconteceu esse crime dentro da cela, identificar as falhas e os responsáveis.