Uma história de traumas e desencontros teve seu trajeto alterado depois de um acontecimento trágico que resultou em um final inesperado e feliz. Com situações traumáticas e um lugar que na maioria das vezes lembra fins difíceis, era complicado imaginar que seria possível nascer uma história de reencontros e lembranças positivas. Após ficar internado no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), Ailton Antônio da Silva reencontrou a família que não via há quase 20 anos. 

O paciente que ficou em tratamento durante 46 dias depois de ter sido encontrado por policiais às margens de um rio, devido a um espancamento e queimaduras. Ailton foi surpreendido na porta de casa por dois bandidos que lhe deram pauladas com o objetivo de levá-lo a inconsciência. Depois vê-lo acordar do desmaio, não satisfeitos, atearam fogo à vitima. 

“Eu fui para a UTI, olhei para mim e pensei que não ia escapar, foi quando pedi à assistente social que avisasse minha família, que os encontrasse de alguma forma”, diz Ailton. O paciente chegou ao hospital sem identificação e mencionou que não via a família há algum tempo. Depois de três dias internado sem conseguir passar informações concretas sobre familiares, o serviço social começou a buscar novos dados. Enquanto a busca pela família era feita, a assistente social responsável pelo caso, Juciene Oliveira, ia ganhando a confiança do paciente e tentando fazer com que ele disponibilizasse o máximo de informações possíveis. 

Dificuldade

A procura foi feita, por meio das poucas informações que ele havia citado, como por exemplo, do nome de um sobrinho que morava em Minaçu, município distante  504 quilômetros da capital, na Região Norte do Estado. O serviço social tentou contato com as rádios locais da cidade, e o parente mencionado foi encontrado. Através desse encontro a irmã de Ailton, Dinalva da Silva, que morava em Aparecida de Goiânia, foi localizada e muito emocionada disse que o procurava há muito tempo. “Fiquei muito feliz quando o vi. E também estou muito grata por ele estar indo para casa. Nunca imaginei que um hospital ia cuidar tão bem de alguém” afirma a irmã.

Depois de ganhar a confiança do paciente e mostrar empenho em ajudá-lo, a assistente avisou a Ailton que havia encontrado sua família e a alegria foi imensa. O paciente passou a ser visitado todos os dias no hospital e a reencontrar outros parentes.

Juciene Oliveira, diz que a família teve uma ótima recepção e reações positivas ao saber de Ailton no hospital. “Não são em todos os casos que a família reage bem, geralmente precisamos trabalhar tanto no emocional do paciente quanto dos familiares”. Esse já é o quinto caso de reencontros familiares realizado pelo hospital. (SHAYANNE MIREYA, ESPECIAL PARA O HOJE/Com informações do Goiás Agora)