Literatura infantil no Facebook
Programação paralela da Flip 2016 discute novas formas de cativar o público infantil para a leitura
AMANDA DAMASCENO, DE PARATY*/especial para o HOJE
A facilidade de acesso de crianças a novas tecnologias e à internet muitas vezes assusta pais e educadores. Porém as mídias podem ser utilizadas para, por exemplo, incentivar o hábito da leitura nas crianças. Pelo menos é no que acredita o projeto Livros na Timeline, do banco Itaú, lançado no último mês de abril, e que nada mais é que uma coleção de livros infantis para o Facebook.
Na última quinta-feira (30), segundo dia da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), durante a programação paralela promovida pelo Itaú Cultural em seu Espaço de Literatura, os escritores Angela Lago, Adriana Carranca e Marcelo Rubens Paiva se encontraram para discutir a leitura digital e a literatura infantil. Reconhecida autora de livros infantis, Angela defendeu que a internet trouxe novos canais e novas oportunidades para os autores. A também ilustradora explicou que a internet possibilita animações que facilitam a compreensão para as crianças. “À medida que animo, fica mais claro para a criança, por exemplo, o que são palíndromos”.
Questionada sobre a diferença entre as mídias – digital e de papel – e se uma influencia a outra, a autora afirmou ainda que uma acaba trazendo coisas novas para a outra. “Todas as experiências modificam a gente. Mas mais importante que a influência de uma na outra é o que uma mídia traz que a outra não contempla” – por exemplo, a interatividade.
A jornalista e autora do livro Malala, A Menina Que Queria Ir Para A Escola e próxima autora a lançar um livro pelo Livros na Timeline, Adriana Carranca completou que a tecnologia acaba por possibilitar um acesso mais democrático às obras. “A tecnologia derrubou barreiras, tanto para quem lê como para quem quer publicar algum conteúdo.”
Autor que inaugurou o projeto do Itaú, Marcelo Rubens Paiva destacou que, apesar de no início novas tecnologias assustarem, acabamos percebendo que elas são importantes, citando o exemplo de como o Napster quebrou, num primeiro momento, a indústria fonográfica, mas a longo prazo apresentou um mercado que foi apropriado pela própria indústria. “O essencial permanece, as pessoas gostam de ouvir e contar histórias”, explicou. “A gente continua a fazer o que já se faz, só que dessa vez com uma ferramenta que todo mundo tem no bolso”, finalizou.
*A repórter viajou a convite do Itaú Cultural